Um grupo de investigadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia, conhecido como o Caltech, descobriu que no fundo do mar, a 100 quilómetros da costa de Oregon, nos Estados Unidos, existe uma colónia de micróbios que consegue viver junto a rochas que libertam metano, um ambiente que à partida é "hostil" à Vida.
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A descoberta foi feita através da recolha de amostras de uma cadeia de rochas, situada a 800 metros de profundidade, na costa de Oregon, nos Estados Unidos.
Estas rochas são feitas de carbonatos, ou seja, de material do próprio oceano, e subsistem numa temperatura negativa próxima da congelação. Esta última condição faz com que existam rachas na rocha das quais escapa metano, um gás de efeito de estufa, e que à partida deveria ser estéril. Mas o facto é que não é.
Duas missões, uma utilizando o submarino tripulado Alvin e a outra usando o submarino robô Jason, operados pelo Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI), recolheram amostras da rocha com fendas de metano e de rochas mais distantes.
Depois de analisadas em laboratório, as rochas próximas das fendas de metano revelaram a existência de colónias de micróbios (bactérias e arqueias) seres unicelulares procariotas, que não têm membrana em torno do núcleo, e que não têm nenhuma organela com membranas ou seja serão, provavelmente, os seres vivos mais primitivos do planeta Terra.
Os investigadores defendem que os micróbios "devoram" o metano e que depois excretam bicarbonatos que ao combinarem-se com o cálcio marinho se transformam em carbonatos de cálcio ou seja em rocha.
Os cientistas já sabiam que o oceano era um "depósito" de metano, mas até agora acreditavam que o mesmo ficava preso no sedimento, na forma de hidratos de metanos, mas a nova descoberta parece indicar que o mesmo é depois transformado em rocha.