A Quercus diz que o regulador e o Governo não podem ficar de braços cruzados perante o fim previsto das tarifas bi e tri-horárias, algo que prejudica as renováveis e a eficiência energética.
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A partir do final do ano, como consequência da liberalização do mercado da energia, os consumidores deixam de ter acesso às tarefas bi e tri-horárias que actualmente existem nos contratos da EDP.
A associação ambientalista entende que o regulador e o Governo não podem ficar de braços cruzados, prevendo, desde já, um agravamento do valor das facturas que ronda os oito por cento por mês.
«Até 31 de Dezembro de 2012, todos os consumidores terão de estar no mercado liberalizado e o problema é que ele não está a oferecer tarifas bi ou tri-horárias», alertou o coordenador da Área da Energia e Alterações Climáticas da Quercus.
Esta alteração, continuou, representa «uma péssima novidade em termos do funcionamento do sistema eléctrico» com custos para os consumidores, que podem vir a pagar mais cerca de 100 euros ao final do ano na factura da luz.
Francisco Ferreira disse que as empresas optam por este modelo, porque as margens de lucro são maiores.
O ambientalista lembrou também que a entidade reguladora tem defendido em muitos documentos a questão das tarefas bi e tri-horárias. Por seu lado, o «Governo tem um conjunto de renováveis que produz imenso durante a noite», uma energia limpa que tem de ser aproveitada.
Contudo, ambos «simplesmente não se estão a mexer em relação a este assunto», lamentou.
Trata-se de uma situação «extremamente grave, penalizando muito os consumidores e penalizando, acima de tudo, o funcionamento do sistema eléctrico em termos de eficiência energética, de apoio às renováveis e de salvaguarda dos consumidores», reforçou.
Questionado sobre medidas que podem ser tomadas num mercado que se vai tomar liberalizado, Francisco Ferreira respondeu que o regulador pode «obrigar a quem coloca as ofertas no mercado liberalizado a colocar também uma oferta de tarefas bi e tri-horárias».
A Quercus já fez seguir esta recomendação para a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos(ERSE) e para o Executivo.