A Quercus defende a criação de um parque marinho e o controle de espécies vegetais invasoras como prioridades dos próximos anos no Parque Natural de Sintra-Cascais.
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A associação ambientalista propõe que, a par do combate às espécies exóticas, se aposte na recuperação da floresta autóctone, quando se assinalam 20 anos sobre a reclassificação da Área de Paisagem Protegida de Sintra-Cascais (PNSC) - criada em outubro de 1981 e reclassificada como Parque Natural a 11 de março de 1994.
A Quercus defende a expansão da área do PNSC para a zona marítima adjacente, criando um Parque Marinho de Sintra-Cascais com diferentes zonamentos de proteção, para garantir a sustentabilidade da pesca nas áreas contíguas.
O novo parque marinho deve levar em conta a recuperação de técnicas artesanais de pesca, o incremento de atividades económicas ligadas ao turismo e ao lazer, como o mergulho e a observação de aves marinhas. O desenvolvimento de projetos de investigação permitirá aumentar o conhecimento do património geológico e biológico marinhos.
A reclassificação em PNSC, salienta a Quercus, ampliou o estatuto de proteção desta área classificada a oeste da Área Metropolitana de Lisboa. Entre as cerca de 900 espécies de flora autóctone e de endemismos lusitanos destacam-se o cravo-romano e o miosótis-das-praias.
Já na fauna, as espécies ameaçadas incluem a víbora-cornuda, águia-de-bonelli, morcego-de-ferradura-mediterrânico e boga-portuguesa. Neste capítulo, porém, a Quercus sublinha a dinamização de ações de conservação dirigidas aos habitats costeiros e aos habitats ripícolas por parte da Câmara de Cascais e do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).
Os ambientalistas alertam para a elevada "infestação" de espécies como a acácia e o chorão, uma das causas de perda de biodiversidade no país. Uma batalha que exige um programa de controlo continuado de espécies vegetais exóticas invasoras.
O aumento dos meios de vigilância na área protegida e a adoção de medidas de prevenção do risco de incêndios são outros aspetos apontados pela Quercus para melhorar a gestão do PNSC.
A Quercus vai avaliar as 25 áreas protegidas portuguesas ao longo do ano, divulgando o resultado no dia do aniversário de cada uma.