A Quercus receia que o uso das energias renováveis sofra um passo atrás devido ao corte nos benefícios fiscais. O Governo justifica que a crise não permitiu manter esses benefícios.
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No Abu Dhabi, o primeiro-ministro, José Sócrates, falou na maior cimeira mundial sobre o tema da energia, dando conta do trabalho feito por Portugal que atingiu o «nível mais baixo de emissões de CO2 per capita da União Europeia», acrescentando que 52 por cento da electricidade é já produzida a partir de energias renováveis.
No entanto, a Quercus, a associação ambientalista portuguesa, teme que este caminho possa ficar comprometido este ano. Francisco Ferreira explicou à TSF o porquê deste receio.
«No Orçamento do Estado que foi aprovado, aquilo que se consegue deduzir como benefício fiscal, os 803 euros que lá estão contemplados na prática, em sede de IRS, as pessoas não conseguirão deduzir mais do que 100 ou 90, até menos, dependendo do rendimento que têm», referiu.
«Portanto, é lastimável que numa área sustentável e de futuro, e tão falada pelo Governo, haja este sinal tão negativo e que vai levar a que este ano haja um retrocesso», conluiu Francisco Ferreira.
Também ouvido pela TSF, Carlos Zorrinho, secretário de Estado da Energia, lembrou que a crise acabou por condicionar as políticas.
«Compreendemos a situação que o país está a viver e, naturalmente, temos que ter um controlo muito maior do ponto de vista fiscal e da despesa, [mas] a verdade é que isto não invalida o progresso deste domínio», referiu.