A partida do navio rebocador estava marcada para as 5 da manhã, em Setúbal, com chegada prevista a Portimão para as 21 horas. Os 400 passageiros do paquete Funchal passaram a noite ao largo do Algarve, depois do mau tempo ter obrigado o navio a parar na região.
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O paquete voltava de um cruzeiro de passagem de ano, na Madeira, quando foi surpreendido pelo temporal. Ficou junto à baía entre Lagos e Portimão, mas precisa da ajuda de um rebocador, que não existe no Algarve, e que vai auxiliar o paquete Funchal a realizar a manobra no porto de Portimão.
Em comunicado enviado hoje ao início da noite de ontem à comunicação social, o diretor principal da empresa Portuscale Cruises, Rui Alegre, indicou que o «paquete Funchal está calmamente a navegar ao longo da costa do Algarve» e que os «passageiros estão a jantar e a usufruir confortavelmente do cruzeiro».
«A Portuscale Cruises, para conforto dos passageiros, optou por atracar e desembarcar em Portimão, protegendo assim os seus clientes de navegar no estado do mar em que este se encontra, até Lisboa», mas por razões «completamente alheias» à empresa, «o porto de Portimão não conseguiu ainda reunir as condições para que o paquete Funchal entre e atraque», lê-se na nota.
Segundo Rui Alegre, «o paquete Funchal e seus passageiros estão em total segurança» e está tudo preparado para que durante o dia de amanhã [domingo], se proceda ao desembarque dos passageiros, em Portimão».
Já o Sindicato dos Oficiais da Marinha Mercante aproveita para pedir ao Governo um rebocador para o Algarve.
O Sindicato lembra que já tinha feito o pedido ao secretário de Estado dos Transportes, dizendo que o Algarve é uma região abandonada em termos de segurança marítima.
O reboque tem cerca de 20 metros e não pode navegar a toda a velocidade. Por causa do mau tempo, adiantou a mesma fonte, referindo que ontem, pelo meio-dia, o reboque fez uma tentava para sair, mas as vagas de dez metros na costa Ocidental e os critérios de segurança obrigaram a embarcação a regressar a Setúbal.
O comandante da Capitania de Faro, Malaquias Domingues, adiantou hoje à Lusa que há vários navios oriundos do Mediterrâneo a navegar muito devagar na costa sul portuguesa, por causa do mau tempo registado na costa Oeste.
Houve mesmo alguns pedidos para esses navios fundearem na costa algarvia, mas devido ao mau tempo não foi autorizado, acrescentou.