Os registos do Instituto de Meteorologia (IM) relativamente ao dia de terça-feira foram normais, apesar do mar bravo e das fortes correntes marítimas assinaladas um pouco por todo o país, disse à Lusa a meteorologista Paula Leitão.
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«Os registos a que eu tenho acesso não me dão razão para pensar que tenha havido alguma coisa fora do normal, mas os nossos registos são limitados não veem tudo», afirmou.
Segundo vários testemunhos, as marés vivas fizeram com que fosse içada a bandeira vermelha em locais habituados a águas calmas como Troia e Carcavelos, onde as ondas atingiram os três metros de altura.
A forte ondulação ocorreu um dia depois do furacão Gordon ter atingido as costas de São Miguel e de Santa Maria. Para Paula Leitão, este fenómeno «dá origem a ondas com uma energia diferente», que rebentam mais dentro das praias e com mais força.
Relembrando que o Gordon se aproximou do continente já com características de tempestade tropical, embora sem vento e precipitação forte, Paula Leitão reforçou a ideia de que não existem registos que permitam estabelecer uma ligação entre o fenómeno de terça-feira e o furacão.
«É um caso um pouco diferente do normal, levanta muitas suspeitas. É um caso para nós, do ponto de vista científico, registarmos e olharmos com mais atenção, mas não posso dar certezas», concluiu Paula Leitão.