O jovem português foi condenado, esta quinta-feira, em Nova Iorque por homicídio em 2º grau, pelo assassínio confessado de Carlos Castro. A leitura da sentença está marcada para 21 de dezembro.
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A decisão dos 12 jurados foi comunicada ao Supremo Tribunal do Estado de Nova Iorque após mais de seis horas de deliberações, cabendo agora ao juiz Daniel Fitzgerald ditar a sentença, que está marcada para 21 de dezembro.
Seabra assistiu à leitura da sentença de cabelo rapado, sentado junto aos seus advogados e vigiado por quatro policias.
A possibilidade que a defesa não queria, o homicídio em 2º grau, pode significar que o jovem português passará o resto da vida na prisão. Certa, neste momento, é um pena mínima de 15 anos.
Os jurados entenderam que Renato Seabra estava consciente dos atos que executou, excluindo por isso a tese de insanidade. Assim, a sentença pode ditar uma pena de 15 a 25 anos de prisão.
Mas cumprido o tempo, o condenado não sai em liberdade. Nesse altura, o caso é novamente analisado e ou é libertado ou vê a sua pena prolongada, num processo que pode renovar-se até o final da vida do ex-modelo.
Em comunicado, a procuradoria salienta que o veredito prova que Seabra matou Carlos Castro porque estava zangado por este terminar com a relação entre ambos.
«Depois de um prolongado ataque no quarto de hotel, o réu tomou um duche, retirou 1600 dólares da carteira da vítima e pendurou um aviso de `não incomodar" na porta do quarto», adianta a procuradoria.
«À saída do hotel, Seabra inesperadamente encontrou no lobby uma amiga da vítima, que testemunhou que o réu disse que Castro 'já não sairia do quarto'», refere ainda o comunicado.
A defesa pedia a absolvição argumentando que os problemas mentais de Seabra, diagnosticados pelos psiquiatras que o observaram depois do crime, o impediram de ter consciência dos seus atos.
O advogado de Defesa, David Touger, levou as mãos à cabeça ao ouvir a decisão e assim se deixou ficar durante alguns minutos. No final, revelou que vai pedir recurso da decisão, mas não precisou quando e com que argumentos.
«Não é o que queríamos, obviamente», disse Touger, ao sair do tribunal, sem parar para falar com os jornalistas.
A mãe de Seabra não quis falar e apenas uma amiga, Dulce Tanelli, lamentou o veredito, afirmando que o jovem esteve «forte» durante o julgamento e que continua a ser medicado.
O caso que levou à condenação
Ao fim da tarde do dia 7 de janeiro de 2011, Carlos Castro foi encontrado morto num quarto do andar 34 do hotel Intercontinental, em Times Square (Nova Iorque), onde o cronista social tinha dado entrada poucos dias antes da passagem de ano, acompanhado pelo modelo português Renato Seabra.
Carlos Castro foi encontrado morto, sem roupa, com sinais claros de ter sido agredido na cabeça e de ter sido mutilado sexualmente.
O jornalista da Lusa, Luís Pires, amigo de Carlos Castro afirmou na altura que foi a filha Mónica Pires a primeira pessoa a ver o corpo porque tinha combinado um jantar com a vítima no mesmo hotel.
Quando chegou ao átrio do hotel cruzou-se com Renato Seabra e perguntou-lhe por Carlos Castro o ex-modelo terá respondido: «O Carlos já não sai mais do hotel».
Mónica Pires achou a atitude estranha e pouco depois pediu ao gerente do hotel para ir ao quarto, encontrando o corpo de Carlos Castro cheio de sangue. As autoridades foram imediatamente avisadas.
Ainda no hotel, Carlos Castro foi declarado morto no local pelos paramédicos.
No dia seguinte, por volta da 11h00, Renato Seabra deu entrada no Hospital Roosevelt, com cortes no pulso porque tinha tentado matar-se.
A esta altura, a polícia de Nova Iorque já tinha distribuído fotos no Facebook, atrasou um voo da Continental para Lisboa. Mas quando encontrou o taxista que transportou o jovem para o hospital, acabou por detê-lo.
Carlos Castro e Renato Seabra foram passar o fim de ano em Nova Iorque, a saída do hotel estava programada para o dia seguinte ao homicídio.