Em apenas quatro dias, foram já reunidas 500 assinaturas numa petição contra a venda pelo Estado português de 85 obras de Joan Miró.
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A coleção Miró na posse do BPN foi avaliada em 150 milhões de euros, mas a Christie's pode vir aceitar valores muito mais baixos pelas obras em leilão, o que levanta suspeitas a um dos dinamizadores da petição, Carlos Cabral Nunes.
«Parece-me, de facto, muito estranho que se queira vender por um valor inferior ao seu custo. Tudo isto é muito nebuloso», sublinhou.
O leilão em Londres é dentro de um mês, mas a casa da Liberdade Mário Cesariny do coletivo Multimédia Perve não quer deixar sair de Portugal estas 85 obras de Miró, obras que este galerista considera um «conjunto muito importante de um dos mais importantes autores do séc. XX».
Na posse do Estado há cinco anos e guardadas pela Caixa Geral de Depósitos, o anúncio do leilão destas obras foi feito pela Parvaloren no final de 2013, o que deixou perplexo Carlos Cabral Nunes.
Por isso, o galerista entende que esta decisão devia ser suspensa «até que fossem consultados académicos e estudiosos da obra para que se pudesse perceber o real valor» da coleção.
Para Carlos Cabral Nunes, esta suspensão poderia «derivar numa integração das obras no património nacional e eventualmente fazer-se um museu».
A coleção na posse do BPN, uma das maiores fora de Barcelona, inclui uma escultura e 84 quadros, muitos dos quais de grande formato e de todas as décadas da produção plástica de Miró.