O número de crianças com «comportamentos mais agressivos» aumentou nos últimos meses no arquipélago da Madeira, mas os casos são fruto de famílias disfuncionais e não da crise, revelou à agência Lusa a responsável regional pela Segurança Social.
Corpo do artigo
«Na região, tivemos um ligeiro aumento de situações sinalizadas nas comissões, não por violência contra as crianças, mas particularmente de jovens a partir dos 14 anos com comportamentos mais agressivos, disfuncionais» e com «alguns indícios de consumos», explicou a presidente do Conselho Diretivo da Segurança Social na Madeira, Bernardete Vieira.
As 11 comissões de Proteção a Crianças e Jovens ativas na região registam, de acordo com os dados disponibilizados, 1.086 casos ativos.
Os concelhos do Funchal (358), Santa Cruz (209) e Câmara de Lobos (171) são os locais com maior incidência, enquanto no Porto Santo se registam apenas sete casos.
As principais situações de perigo estão identificadas com a «negligência», que representa 541 casos. O mau trato físico é o que tem menor registo, com 101 casos sinalizados.
Bernardete Vieira assegurou que os serviços da Segurança Social «estão atentos a algumas famílias disfuncionais onde as crianças correm, ou podem correr, algum risco», já que o principal objetivo será evitar que as mesmas «corram algum tipo de risco de violência».
As escolas continuam a ser a principais entidades a sinalizar as perturbações. Nestas instituições foram sinalizados 520 casos. Seguem-se os serviços do Ministério Público, com 227 alerta, e a Segurança Social, com 205.