O Palácio Nacional de Mafra, que espera há um ano que o Governo recupere os sinos e carrilhões, vai reforçar a colocação de andaimes como solução provisória e de forma a evitar uma eventual queda.
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Fonte do Palácio Nacional de Mafra disse à agência Lusa que os técnicos, que têm feito a manutenção dos sinos e carrilhões já escorados desde 2011, vão colocar mais andaimes de sustentação em sinos da torre norte, onde não há obras desde 1928, por razões de segurança.
O concurso público internacional, no valor de 1,8 milhões de euros para obras nos sinos e nos dois carrilhões, está para ser lançado há mais de um ano.
José Manuel Amorim Faria, que integrou uma equipa de engenheiros civis da Universidade do Porto responsável em 2005 pela elaboração de um diagnóstico, defendeu que «o investimento na recuperação do património se paga a si próprio com o fluxo de visitantes».
Dados da Direção-Geral do Património Cultural revelam que o palácio foi visitado em 2012 por 236 mil turistas, gerando uma receita de 1,4 milhões de euros.
O escoramento dos sinos, alguns deles a pesar 12 toneladas, tem sido usada como solução provisória para garantir a segurança deles e da estrutura de madeira de suporte, enquanto não há financiamento para obras de fundo, num monumento classificado património nacional.
A Secretaria de Estado da Cultura informou que está a preparar os procedimentos necessários e, mal seja lançado, demora seis a nove meses a adjudicar as obras, que vão demorar entre 15 a 18 meses.
Desde 2011 que os visitantes esgotam os concertos dos seis órgãos históricos da basílica, cujo restauro de 10 milhões de euros foi inaugurado nesse ano e é exemplo do retorno que o investimento veio a ter.
O especialista afirmou à Lusa que, se não se avançar para obras de fundo, «as peças de aço dos sinos, que estão em adiantado estado de corrosão, podem vir a provocar lesões nos sinos que afetem de forma irreversível a sua qualidade como instrumento musical, integrante dos carrilhões».
É o maior conjunto sineiro do mundo, sendo mais antigo um século e mais leve uma tonelada do que o Big Ben, em Londres.
Os imponentes autómatos obrigavam no século XIX ao trabalho diário, 24 sobre 24 horas, de 26 pessoas no palácio para os fazer mover, de modo a fazer soar os sinos de acordo com as horas e os ritos litúrgicos.