João Branco, da Quercus, e Manuela Cunha, d'Os Verdes revelaram que os técnicos da UNESCO perguntaram pelos pormenores dos acidentes na Linha do Tua e na construção desta barragem.
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O ambientalista João Branco considerou que ficou bem claro na reunião que juntou a missão da UNESCO e representantes da região do Douro que a «sociedade civil se opõe à construção» da barragem de Foz Tua.
Este ambientalista da Quercus, que entende ter havido alguma recetividade dos técnicos em relação às pretensões da sociedade civil, disse que foi pedido à UNESCO que as obras de construção desta barragem sejam suspensas.
«Eles fizeram bastantes perguntas e parece-me que já tinham dado um parecer negativo só que o Governo está por todos os meios a tentar influenciar a futura decisão da UNESCO», explicou este elemento da Quercus à saída desta reunião.
João Branco indicou ainda que os técnicos da UNESCO fizeram perguntas sobre os acidentes que ocorreram durante a construção desta obra e se era possível recuperar a Linha do Tua, bem como sobre os diversos impactos da barragem na região.
Manuela Cunha, do Partido Ecologista "Os Verdes", adiantou, por seu lado, que ficou combinado o envio de vários documentos para estes técnicos e que os elementos da UNESCO se interessaram pelos acidentes na Linha do Tua e na construção da barragem.
«Estamos conscientes que fizemos os nossos esforços para parar uma barragem que é prejudicial ao país e à região e que vai ser uma ferida no Alto Douro Vinhateiro», acrescentou, esta deputada, que não sabe se isso será suficiente para uma «atitude firme» da UNESCO perante o Governo português.
A parlamentar do PEV recordou que esta luta tem sido desenvolvida desde 2006 e que desde então os «Governos têm estado mais ao serviço da EDP do que propriamente dos interesses nacionais e do desenvolvimento desta região».