O Teatro Aberto, em Lisboa, cancelou a subida à cena da peça, "Pelo prazer de a voltar a ver", prevista para quarta-feira, dia da greve geral para não ser conotado «com as políticas nefastas que têm sido seguidas pelo Governo», esclarece em comunicado a direção do teatro.
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No comunicado enviado à agência Lusa pode ler-se: «Estamos solidários com os protestos, estamos conscientes da gravidade do que está a ser feito ao nosso país e também estamos inquietos perante esta nuvem de incerteza que paira sobre o futuro do teatro em Portugal».
Afirmando que «para a equipa do Teatro Aberto, a melhor forma de luta sempre foi a maneira séria como encara o teatro, o contacto direto com o público e a persecução de uma atividade sem fins lucrativos».
«Não estamos contra esta paralisação», sublinha o Teatro Aberto, defendendo porém que «um dia de greve geral não é suficiente para forçar as mudanças que o país necessita».
«Talvez uma semana de greve geral pudesse levar à queda do Governo, talvez mais manifestações populares e independentes como a do 15 de setembro. Isso valeria a pena», refere a direção do teatro.
«O Teatro Aberto é um lugar de cultura e de diálogo político e social e trabalhamos há mais de 30 anos por isso», remata o comunicado do Teatro Aberto que é dirigido pelo encenador João Lourenço.
A peça de Michel Tremblay, com encenação de Marta Dias, regressa à sala vermelha do Teatro Aberto, após uma curta carreira de representações entre abril e maio passados. A comédia com Luís Barros e Sílvia Filipe é reposta em cena a partir de quinta-feira e até 23 de dezembro.
O Teatro Aberto salienta, no comunicado, que «em momentos de crise como os que vivemos, os agentes culturais têm de estar mais atentos e mais ativos».