O Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, anunciou a suspensão da programação para 2012, em resultado das medidas de austeridade do Governo.
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Em comunicado, o director artístico, Diogo Infante, afirma que «as medidas de austeridade anunciadas pelo Governo e os cortes previstos no recentemente aprovado Orçamento do Estado atingiram no caso do TNDM II um valor acumulado em 2012 na ordem dos 36%, agravado pelo aumento da taxa do IVA (23%)».
De acordo com Diogo Infante, houve um «corte financeiro [no TNDM II], muito superior ao efectuado nos restantes Teatros Nacionais».
«Parece-nos conter um erro de cálculo e ignora três anos de gestão equilibrada e taxas de ocupação recorrentes acima dos 90%, comprometendo de forma irremediável o actual projecto artístico do TNDM II, o seu modelo de gestão e toda a programação projectada para 2012», justificou.
Este anúncio surge na véspera de o Secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, ir à comissão parlamentar de Economia e Finanças dar explicações aos deputados sobre o Orçamento do Estado (OE) para 2012.
Diogo Infante garante que o teatro tentou «sensibilizar a tutela para as inevitáveis consequências de tais medidas», mas que «até à data o secretário de Estado da Cultura revelou-se impotente para, junto do Ministério das Finanças ou do primeiro-ministro, encontrar uma solução que corresponda a uma vontade política de manter em actividade o primeiro teatro do país».
Ouvido pela TSF, o encenador Jorge Silva Melo, que tem negociado um espectáculo para Março de 2012, admitiu a possibilidade de avançar para os tribunais.