Anselmo Borges diz que a Igreja precisa de bom senso quando for chamada a pronunciar-se sobre o fim de alguns feriados religiosos. Teresa Toldy lembra que a Igreja não se pode colocar numa posição de privilégio.
Corpo do artigo
O teólogo Anselmo Borges considera que a «Igreja não teve a melhor maneira de lidar» com a questão dos feriados que o Governo quer retirar e defendeu que a Igreja não deveria interferir com esta opção do Executivo.
Ouvido pela TSF, este teólogo lembra, contudo que, uma vez que a Igreja vai ser chamada a pronunciar-se sobre este assunto, é necessário bom senso, depois de ter dito que «cedia dois feriados religiosos se o Estado ceder dois civis».
«A Igreja devia ter ido pela positiva e acentuar os feriados chamados religiosos que vão ao encontro de festas que estão até para lá das pessoas religiosas, porque são abrangentes e, de algum modo, incluem todos os portugueses», explicou.
Anselmo Borges defendeu ainda que se deveriam manter os feriados do Natal e da Imaculada Conceição (8 de Dezembro), «porque é um feriado histórico e tem a ver com Nossa Senhora Rainha de Portugal e com a mãe e é um feriado que cala fundo na memória dos portugueses».
«Outro feriado seria o de Todos-os Santos e o Dia dos Defuntos, uma vez que é o dia da memória, e finalmente a Sexta-feira Santa, que é festa do amor, da entrega e da generosidade», concluiu.
Também em declarações à TSF, a teóloga Teresa Toldy defendeu que «se é importante eliminar feriados não é moralmente correcto a Igreja Católica colocar-se numa posição de privilégio».,
«Desse ponto de vista, acho que deveriam manter os feriados que são muito relevantes para a identidade cristã, como são o Natal e a Páscoa», a par de feriado de Todos-os-Santos, por causa da «realidade portuguesa».
Para Teresa Toldy, a «Igreja Católica não deve reivindicar privilégios face a outras confissões religiosas ou face ao Estado em matéria de feriados».