A freguesia de Fiscal, no concelho de Amares, terra natal de António Variações, quer criar um museu em homenagem ao músico e cantor. A TSF foi fazer uma visita.
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«Foi uma pessoa que saiu muito nova de cá, evoluiu mais do que esperaríamos e queremos recordá-lo para sempre, construindo um museu com o seu nome onde possa ser guardado algum do seu espólio», revelou à TSF Augusto Macedo, presidente da Junta de Freguesia de Fiscal, no dia em que António Variações, se fosse vivo, faria 70 anos.
O conhecido músico e cantor nasceu no dia 3 de dezembro de 1944 no lugar de Pilar, freguesia de Fiscal, no concelho de Amares, onde viveu os primeiros anos com os pais e nove irmãos. Ainda muito novo, deixou a aldeia e partiu para Lisboa onde foi barbeiro para ganhar a vida e onde cresceu como músico.
Na pequena localidade minhota onde nasceu, ainda hoje muitos se recordam da figura exuberante que sempre que chegava à terra não passava despercebido. Em palco, só o viram uma vez, quando António Variações deu um concerto na freguesia vizinha de Carrazedo no Verão de 1983.
Na entrada da freguesia, um busto de homenagem ao cantor ergue-se na berma da Estrada Nacional que atravessa a freguesia, que já foi "batizada" de Avenida António Variações. No centro da localidade, há dois ou três cafés que fazem de posto de turismo aos visitantes que chegam para visitar a campa onde António Variações está sepultado, no pequeno cemitério de Fiscal.
António Variações não vinha à terra com frequência mas Teresa Cunha recorda-o naquele ano em que o músico participou como mordomo nas tradições pascais de Fiscal, em que a visita do compasso se faz de barco, ao longo do rio Homem. «Eu e a minha irmã enfeitámos o barco e a mãe dele, Deolinda de Jesus, ofereceu-nos, em sinal de agradecimento, uma toalha a cada uma de nós. Ainda a guardo, com muito gosto», recorda.
O cantor é figura acarinhada e a terra natal quer dar-lhe mais do que um busto, revela Augusto Macedo, presidente da Junta de Freguesia de Fiscal: «Já conversamos com a família e estão dispostos a ceder-nos as peças que têm, que já não são muitas porque boa parte delas já foi leiloada, mas teremos discos, fotografias, roupas e outros objetos pessoas. Estamos também a pensar reproduzir a barbearia dele, comprando uma cadeira muito semelhante e construindo algum mobiliário a partir de fotografias antigas», adiantou.
O Museu António Variações deve nascer na antiga escola primária de Fiscal, atual sede da Junta de Freguesia, onde o músico estudou e fez o exame da 4ª classe.
«Estamos em contato com a Câmara Municipal da Amares e com a ATHACA [Associação para o Desenvolvimento das Terras Altas do Homem, Cávado e Ave] para tentar assegurar o financiamento necessário à concretização desta vontade», acrescentou António Macedo.