Um estudo revela que uma em cada seis mortes prematuras registadas no país mais populoso do mundo fica a dever-se à poluição atmosférica.
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Especialistas da Universidade da Califórnia, Berkeley, estimam que 1,6 milhões de pessoas morram anualmente na China devido a problemas no coração, pulmões e de acidentes vasculares cerebrais provocados pelo ar extremamente poluído.
Estudos anteriores estimavam o número anual de mortes devido à poluição atmosférica em entre um e dois milhões, mas este é o primeiro a utilizar dados recentes de monitorização do ar.
O estudo, a ser publicado na revista científica PLOS One, atribui a culpa às emissões resultantes da combustão de carvão -- tanto para a produção de energia elétrica como para aquecimento das casas -- pelos elevados níveis de partículas registados. Foram utilizadas medições do ar em tempo real e, posteriormente, aplicados cálculos computacionais para estimar as mortes por problemas do coração, pulmões e acidentes vasculares cerebrais causadas por diferentes tipos de poluentes.
O principal autor da investigação, Robert Rohde, afirmou que 38% da população chinesa vivia numa zona com uma média de qualidade do ar a longo prazo que a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA, na sigla em inglês) considera "insalubre".
Ao contrário do que sucede nos Estados Unidos, a poluição atmosférica na China é mais grave no inverno, devido à combustão de carvão para aquecimento das habitações e às condições meteorológicas que mantém o ar poluído mais próximo do chão, explicou Robert Rohde. A capital da China, Pequim, foi recentemente escolhida para organizar os Jogos Olímpicos de inverno de 2022.