
«A Cimeira das Lajes: Portugal, Espanha e a Guerra do Iraque», de Bernardo Pires de Lima
DR/Tinta da China
Passam hoje dez anos sobre o início das operações militares no Iraque, que levaram ao derrube do regime e à captura e posterior execução de Saddam Hussein. Uma década depois, o investigador Bernardo Pires de Lima, explica em entrevista à TSF o que o levou a lançar o livro «A Cimeira das Lajes: Portugal, Espanha e a Guerra do Iraque».
Corpo do artigo
A guerra começou dias depois da cimeira das Lajes, que juntou George W. Bush, Tony Blair, José Maria Aznar e Durão Barroso.
Uma década depois, Bernardo Pires de Lima, investigador do Instituto Português de Relações Internacionais, lança um livro que o próprio classifica como uma tentativa de anatomia de uma decisão. Um livro que tenta, no fundo, explicar o que levou o então primeiro-ministro Durão Barroso a apoiar a guerra e a servir de anfitrião à cimeira.
Da análise dos factos e das conversas com alguns dos protagonistas, Bernardo Pires de Lima conclui que Portugal não teve qualquer ganho objetivo, material, com a decisão de apoiar a guerra, mas também que foi por esses dias que Durão Barroso definiu o perfil que o havia de colocar na liderança da Europa.
«Ele [Durão Barroso] tira partido deste perfil que desenha para si mesmo. Alguém que é entendido pelas capitais do alargamento e por por países que, na mairoia, estiveram ao lado dos Estados Unidos. Vêem um interlocutor de um país de pequena e média dimensão a falar praticamente no mesmo patamar com Washington, Londres, Paris e Berlim», diz.
O autor diz que o livro, que é lançado esta quinta-feira, pertence a uma espécie rara em Portugal. Um exercício de investigação sobre história recente. Bernardo Pires de Lima afirma que este é um tipo de trabalho comum, por exemplo, nos Estados Unidos, e que por lá a exigência para com os responsáveis políticos é outra.
A entrevista da TSF ao investigador passa na íntegra esta quarta-feira, depois das notícias das 21h00.