Segundo um estudo europeu que abrangeu 42 mil mulheres, 43 por cento disse já ter sofrido de algum tipo de violência psicológica, enquanto que 30 por cento disse já ter sido violada pelo menos seis vezes pelo companheiro.
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Uma em cada três mulheres na Europa já foi vítima de violência física ou sexual, revela um estudo sobre violência contra as mulheres realizado em 2012.
O estudo levado a cabo pela Agência de Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA) adianta ainda que neste tipo de agressão, uma em cada cinco foi vítima do marido ou do companheiro.
Entre os tipos de violência física mais comuns estão o empurrão, a bofetada, o agarrar pelos cabelos, ou atirar uma mulher contra uma parede.
Ainda de acordo com este estudo, 43 por cento das mulheres disse já ter sofrido violência psicológica, incluindo humilhações, ameaças físicas, proibição de sair de casa ou ter ficado sem as chaves do carro por ação do companheiro.
Mais de 30 por cento das mulheres confessam já ter sido violadas pelo parceiro pelo menos seis vezes. Uma em cada três denunciou o caso à polícia, mas 25 por cento preferiu o silêncio por vergonha.
O estudo avaliou ainda o assédio sexual, tendo metade das mulheres europeias dito que já foram vítimas deste crime, sendo as mais jovens e as que ocupam lugares de topo as mais vulneráveis.
Já 53 por cento das mulheres dizem evitar certas situações e lugares por receio de abuso físico ou sexual, o que leva esta agência europeia de Direitos Fundamentais a concluir que as mulheres não se sentem seguras na rua, no trabalho ou em casa.
Comentando este estudo, que abrangeu 42 mil mulheres nos 28 Estados-membros, a porta-voz da Agência Europeia para os Direitos Fundamentais disse que «temos números que são chocantes, porque se tratam de mulheres da União Europeia».
Blanca Tapia sublinhou ainda que «dá para pensar» o facto de «cinco por cento das mulheres, ou seja, nove milhões, terem dito que já foram violadas».
O estudo avança ainda que em Portugal é o país onde existe maior perceção da violência, mas fica abaixo da média europeia no número de casos registados.