Conchita Wurst deu à Áustria a primeira vitória desde 1966 e ao agradecer, sublinhou que é uma vitória da liberdade e da tolerância. Alguns países contestaram a participação da "mulher barbuda" no Festival da Eurovisão.
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Conchita Wurst não passa despercebida. É um travesti com barba, um rosto delicado e maquilhado coberto por uma barba preta e espessa, cabelos longos, vestido de cauda e brincos compridos. Conchita é o alter ego do austríaco Thomas Neuwirth, de 25 anos, e venceu o festival com a música "Rise Like a Phoenix".
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"Rise Like a Phoenix" é um hino dedicado aos travestis, por isso, Conchita dedicou a vitória a todos os que acreditam no futuro com paz, amor, tolerância e aceitação. A música de Conchita Wurst conseguiu 290 pontos, à frente dos candidatos da Holanda (238 pontos) e da Suécia (218).
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A decisão não foi, no entanto, nada consensual. Na Europa mais conservadora, em países como a Rússia, a Bielorrusia e a Ucrânia, circularam petições para protestar contra esta participação.
O vice-primeiro ministro russo afirmou hoje que o resultado mostra o que podem esperar aqueles que defendem a integração europeia: uma mulher de barba. Outros dirigentes nacionalistas são mais duros nas críticas e dizem que a Europa enlouqueceu.
Ao contrário, a ministra sueca dos assuntos europeus deu os parabéns a Conchita no twitter e, numa alusão às eleições europeias, pediu aos cidadãos que usem o direito de voto para uma Europa mais aberta.
Contactado pela TSF, o presidente da Associação ILGA Portugal - Intervenção Lésbica, Gay, Bissexual e Transgénero, Paulo Corte Real, sublinha que a vitória de um travesti vem marcar o espaço de uma Europa mais livre e considera que Portugal até tem uma abertura maior do que se pensa.
De acordo com a organização do festival estima-se que o espetáculo terá sido acompanhado por 180 milhões de telespecadores.