
"Buggy" Vitor
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Vítor, um 'buggy' construído a partir de peças que estavam no lixo, e Christopher e Elayne Clash, os "viajantes malucos", terminaram esta semana em Díli uma viagem pelo mundo que os levou a 138 países.
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«Foram seis anos e meio de viagens e percorremos 138 países. A viagem começou em 2007 e estamos em 2013, era mais novo na altura», afirmou à agência Lusa Christopher Clash, 59 anos.
Para concretizarem o sonho de visitar países de cinco continentes, os australianos Christopher e Elayne Clash, ou os "viajantes malucos" como se intitulam, investiram o dinheiro poupado para construir uma casa.
«Investimos nesta viagem o dinheiro que tínhamos poupado para construir a nossa casa», disse Christopher Clash, salientando que andar pelo mundo a conhecer pessoas era um sonho muito maior.
Consigo esteve sempre Vítor, um 'buggy' construído a partir de coisas que estavam lixo com a ajuda de «amigos e da família» e que custou umas centenas de dólares, explicou Christopher Clash. «Carros mais caros não faziam aquilo que o Vítor fez», afirmou.
Foi também no 'buggy', que o casal dormiu durante os seis anos e meio que andou pelo mundo. «A parte cima abre e transforma-se numa tenda. Assim dormimos longe das cobras, da água. Foi uma boa ideia», disse.
Vítor percorreu milhares de quilómetros e colados na chapa transporta as memórias, entre matrículas, autocolantes e pequenos objetos, das pessoas, aventuras e de momentos menos bons e extraordinários que viveram nos últimos seis anos e meio.
As histórias que Christopher e Elayne têm para contar são tantas quantos os quilómetros feitos por Vítor, mas algumas são inesquecíveis.
«Fomos perseguidos por um urso na Sibéria, alvejados quatro vezes, arrastados com o Vítor quando atravessávamos um rio no Brasil, passámos um dia com um talibã, construímos uma jangada para passarmos outro rio em Moçambique e presos pelo menos duas vezes», recordou Christopher Clash.
Momentos que valeram por todas as pessoas que conheceram. «Os nossos amigos perguntam se fomos visitar museus e outros monumentos. Respondemos que não. Nós gostamos de conhecer as pessoas e perceber que, quando as tratamos bem, também somos bem tratados», disse.
Sobre a próxima aventura, Christopher Clash adiantou que poderá passar pela construção de um veleiro, de lixo, e ir pelo mar ver mais mundo. É que para este casal «regressar à vida normal é assustador».
Já Vítor terá outro destino. No regresso à Austrália vai participar numa campanha para angariar fundos para crianças doentes de cancro e que sofrem de epilepsia. Depois, outro sonho daquele casal, era vê-lo num museu.