PSD convoca militantes para iniciativa do Governo: Montenegro diz desconhecer, mas admite "trabalho partidário"
Luís Montenegro afirma que Pedro Duarte foi um ministro "fantástico" e, por isso, considera que a sua candidatura à Câmara do Porto tem "todas as condições para ser bem sucedida"
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O primeiro-ministro em gestão assegurou esta quarta-feira que não teve qualquer "diligência" no que diz respeito a convocar militantes do partido para assistirem ao Conselho de Ministros, no Mercado do Bolhão, no Porto. Ainda assim, admite que "possa haver trabalho partidário".
Luís Montenegro reagiu às notícias de que o Governo teria convidado militantes do PSD a dirigirem-se a este local e à possibilidade de não haver uma distinção entre uma ação governativa e uma ação de campanha eleitoral. Apesar de admitir que "possa haver trabalho político das estruturas partidárias", sublinha que não teve "nenhuma diligência" e afirma que não sabe do que se trata.
O Governo assinalou esta quarta-feira um ano de funções no Porto e foi rodeado dos ministros que compõem o XXIV Executivo que Luís Montenegro fez também um resumo destes 12 meses, sublinhando que a "pedra-de-toque foi a ação, decisão, execução, responsabilidade e estabilidade".
O chefe do Governo garante que "muitas iniciativas que estavam e estão no programa foram realizadas e executivas". Menciona até que em 1/5 do tempo que iria ser preenchido nesta legislatura, foram executadas "1/3 das medidas previstas".
"A pedra-de-toque foi ação, decisão, execução, responsabilidade e estabilidade. Superamos todas as expectativas do ponto de vista económico e financeiro", assume.
Destaca desde logo a valorização salarial, afirmando que estes aumentaram 7% no último ano e a evolução da economia portuguesa, "que cresceu mais do que o esperado". Os portugueses viram "os seus impostos baixar, em sede de IRS, com particular incidência na classe média e com uma incidência ainda mais especial nos jovens até aos 35 anos, que gozam de regime extraordinariamente favorável".
Portugal é hoje, diz, um "país com estabilidade económica e financeira", que "teve estabilidade política" e agora atravessa um "momento de clarificação". Apesar disso, está numa "posição muito favorável" em relação ao contexto europeu, que se adivinha "incerto". "Colocamo-nos como porto de abrigo seguro para acolher investimento", nota.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apelou esta quarta-feira para que a próxima legislatura seja "duradoura". Luís Montenegro rejeitou contudo um eventual afastamento com o inclino de Belém e salienta uma "relação absolutamente extraordinária" entre o Governo e o chefe de Estado, que seguramente "se vai manter".
O foco de Montenegro está então na resolução do "problemas das pessoas" e a ação está centrada na "responsabilidade" que tem para "aproveitar o instrumento" que os portugueses lhe deram para enfrentar estas questões.
Há ainda uma palavra para Pedro Duarte, que também esta quarta-feira anunciou a sua candidatura à liderança da Câmara Municipal do Porto. Enquanto ministro dos Assuntos Parlamentares foi "fantástico".
"Fico, por um lado, pesaroso, porque isto significa que terei indisponibilidade futura de exercícios de funções de alguém que foi absolutamente fantástico, mas, ao mesmo tempo, o Porto fica com uma opção de uma futura liderança municipal que apresenta todas as condições para ser bem sucedida", considera.
Sobre a polémica com a sua casa em Espinho, assegura que não sabe se há "pareceres a serem investigados ou não".