Fernando Medina fala em "maldade" e "lamenta os oito anos" do processo Tutti Frutti
O MP deduziu acusação contra 60 arguidos no âmbito do processo Tutti Frutti por crimes de corrupção, prevaricação, branqueamento e tráfico de influência. O antigo ministro das Finanças agradece aos adversários políticos "que nunca usaram o processo para o atacar"
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Fernando Medina reagiu esta terça-feira com "satisfação" à decisão do Ministério Público (MP) de arquivar as suspeitas na operação Tutti Frutti, mas lamentou os oito anos que passaram e "não podem ser apagados".
"Recebi esta notícia com satisfação, mas também com naturalidade. Ao longo dos anos, afirmei sempre a minha inocência e manifestei sempre a minha vontade de colaborar com a Justiça", disse o antigo ministro das Finanças, em declarações aos jornalistas, sublinhando que "tudo o que durante anos se especulou, ou caluniou, está arquivado".
Apesar da decisão do MP, Medina não deixa de lamentar os oito anos do processo nos quais "foram publicadas mais de duas mil noticias" que envolveram o nome do próprio "com insinuações, acusações e com maldade".
"No fundo a procurar criar uma imagem na opinião pública sobre mim que não corresponde à realidade", acrescentou.
O deputado socialista deixou ainda uma palavra de agradecimento aos adversários políticos "que nunca usaram o processo para o atacar" e, questionado sobre um possível regresso mais ativo à política, admitiu que "há um certo alívio" com a decisão do MP, mas também nunca se deixou condicionar.
Todos nós cometemos erros, certamente, mas garanto que não cometi nenhuma ilegalidade.
"Este não é um bom dia para os meus adversários políticos", concluiu.
O MP deduziu acusação contra 60 arguidos no âmbito do processo Tutti Frutti por crimes de corrupção, prevaricação, branqueamento e tráfico de influência. Um deles é Fernando Medina.
O antigo presidente da Câmara Municipal de Lisboa não foi acusado pelo Ministério Público, tendo este entendido que não foi possível deduzir que Medina tivesse atuado "com o propósito inequívoco" de beneficiar outros arguidos.
A operação batizada Tutti Frutti investiga desde 2018 alegados favorecimentos a militantes do PS e do PSD, através de avenças e contratos públicos, estando em causa suspeitas de corrupção passiva, tráfico de influência, participação económica em negócio e financiamento proibido.