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ONU pede diálogo para evitar um "desastre" na Venezuela

United Nations Secretary General Antonio Guterres speaks at the Yemen peace talks closing press conference at the Johannesberg castle in Rimbo, near Stockholm December 13, 2018. TT News Agency/Pontus Lundahl via REUTERS ATTENTION EDITORS - THIS IMAGE WAS PROVIDED BY A THIRD PARTY. SWEDEN OUT. REUTERS

O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou ao diálogo na Venezuela, para impedir uma escalada que termine num "desastre", à margem do fórum económico mundial de Davos.

"Esperamos que o diálogo seja possível para evitar uma escalada que conduza a um conflito que será um desastre para a população do país e para a região", afirmou António Guterres.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) adiantou que "todos os governos soberanos têm a possibilidade de escolher o que querem", quando se trata de reconhecer qual dos dois é o presidente legítimo.

O opositor Juan Guaidó declarou-se na quarta-feira "presidente", desafiando Nicolas Maduro e criando um clima de muito alta tensão no país, escreve a agência France Presse.

Na quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, sublinhou o pleno respeito pela "vontade inequívoca" mostrada pelo povo da Venezuela e disse esperar que Nicolas Maduro "compreenda que o seu tempo acabou" e apelou à realização de "eleições livres".

Os Estados Unidos, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a quase toda a América Latina reconheceram Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela.

México, Bolívia, Cuba, Rússia e Turquia mantêm-se ao lado de Nicolas Maduro, que consideraram ser o Presidente democraticamente eleito da Venezuela.

Por seu lado, a UE defendeu a legitimidade democrática do parlamento venezuelano, e sublinhou que "os direitos cívicos, a liberdade e a segurança de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo do seu presidente, Juan Guaidó, devem ser plenamente respeitados". Bruxelas instou também à "abertura imediata de um processo político que conduza a eleições livres e credíveis, em conformidade com a ordem constitucional".

Já hoje, a Austrália afirmou estar a considerar apoiar Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela, na sequência do apoio público manifestado por vários países.

O porta-voz do Governo japonês, Yoshihide Suga, afirmou que a Venezuela deve "recuperar a democracia" rapidamente.

Juan Guaidó autoproclamou-se, na quarta-feira, presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas em Caracas.

Engenheiro mecânico, de 35 anos, Juan Guaidó tornou-se rapidamente o rosto da oposição venezuelana ao assumir, a 03 de janeiro, a presidência da Assembleia Nacional, única instituição à margem do regime vigente no país.

Maduro iniciou a 10 de janeiro o segundo mandato de seis anos como Presidente da Venezuela, após uma vitória eleitoral cuja legitimidade não foi reconhecida nem pela oposição, nem pela maior parte da comunidade internacional.

A Venezuela enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.

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