Presidente da República falou pela primeira vez depois da crise política desencadeada pela votação do diploma da recuperação do tempo de serviço dos professores, entretanto chumbado.
Pela primeira vez, o Presidente da República abordou a crise política desencadeada há duas semanas por causa do diploma que previa a recontagem do tempo integral de serviço dos professores. Marcelo Rebelo de Sousa explicou que a sua intervenção durante a crise, que levou a uma ameaça de demissão do Governo, "limitava" as suas decisões.
"Tudo o que eu dissesse naquele período, acabava por limitar o meu espaço de liberdade. Limitava a minha decisão entre vetar ou promulgar a lei. E limitava o meu espaço de liberdade se houvesse uma crise a resolver", disse o chefe de Estado, que admitiu ter sido "surpreendido", quando chegou da visita de Estado à China.
Em declarações aos jornalistas em Lisboa, Marcelo também falou sobre Joe Berardo, exigindo mais responsabilidade ao comendador, que esteve na sexta-feira na comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos.
Na Comissão de Educação, PSD e CDS juntaram-se ao Bloco de Esquerda e ao PCP para viabilizarem o diploma que previa a contagem do tempo integral de serviço dos professores. No dia seguinte, numa comunicação ao país, o primeiro-ministro ameaçava demitir-se, uma vez que a lei implicaria um elevado esforço orçamental "na ordem dos 800 milhões de euros".
No entanto, os partidos da direita recuaram na decisão, tendo chumbado o diploma, na votação final global, ao lado do PS.