Portugal

Mais de 80 mil assinaram petição para fechar shoppings ao domingo. Tema vai chegar ao Parlamento

Matosinhos, 11/10/2018 - Reportagem realizada esta noite, no hipermercado Continente do Norte Shopping, sobre os bastidores de uma grande superfície depois de fecharem as portas ao publico. Barbara Caldeira, ultima cliente da loja (Fábio Poço/Global Imagens) Fábio Poço/Global Imagens

Questão ganhou grande destaque depois de o bispo do Porto ter apoiado a causa. Petição já atingiu o número de assinaturas suficiente para ter de ser debatida pelos deputados na Assembleia da República.

A petição para fechar os centros comerciais aos domingos já ultrapassou as 80 mil assinaturas. A iniciativa, que quer relançar o debate sobre o horário e o encerramento das grandes superfícies, vai ser debatida na Assembleia da República.

"[Ter] os centros comerciais abertos sete dias por semana e tantas horas por dia não corresponde, de todo, às necessidades das pessoas", defende Sara Gonçalves, a autora da petição.

Em declarações à TSF, Sara Gonçalves lembrou que há "outros países mais economicamente desenvolvidos" que Portugal e que "têm os centros comerciais encerrados ao domingo". "Também durante a semana, os horários [de funcionamento dos centros comerciais] são muito diferentes dos nossos", sublinha a responsável pelo movimento, lamentando que, muitas vezes, o pouco tempo que as famílias têm seja passado a fazer compras.

A petição está disponível na internet há cinco anos, mas foi subscrita por milhares de pessoas desde a Páscoa, depois de o bispo do Porto, D. Manuel Linda, ter defendido o fim do trabalho ao domingo - que é considerado, tradicionalmente, o dia da família.

"Com estas palavras do bispo, [a petição] teve um boom realmente muito grande. Não estava à espera", admite Sara Gonçalves, que ressalva, no entanto, que o movimento em causa não tem qualquer ligação religiosa ou política.

"Agora tenho esta responsabilidade de avançar com isto e lançar novamente o debate sobre esta questão", refere, adiantando que a petição vai ser, de seguida, submetida para apreciação no Parlamento.

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