Sociedade

Palavras de ministro são "repugnantes"? Governo holandês vai avaliar o caso a pedido da TSF

Wopke Hoekstra, ministro das Finanças holandês Emmanuel Dunand/AFP

Em resposta ao pedido da TSF para reagir à polémica, o ministério das Finanças da Holanda vai pedir ao Eurogrupo uma transcrição das palavras exatas do ministro Wopke Hoekstra na reunião que foi feita por videoconferência.

O ministério das Finanças holandês quer ter acesso às palavras exatas que foram proferidas pelo ministro Wopke Hoekstra para avaliar se foram, ou não, "repugnantes", como acusa António Costa.

O primeiro-ministro português classificou desta forma as declarações de Wopke Hoekstra em relação a Espanha na longa reunião do Conselho Europeu, por videoconferência, para debater a pandemia de Covid-19.

A TSF pediu esta manhã uma reação ao governo holandês às palavras de António Costa e o porta-voz do ministro das finanças prometeu responder ainda hoje, adiantando que, após o pedido da TSF, solicitou ao Eurogrupo uma transcrição das palavras do ministro na reunião com homólogos dos 27.

Segundo fontes europeias, ​​​​​​esta quinta-feira Wopke Hoekstra​ afirmou que a Comissão Europeia devia investigar países como Espanha, que dizem não ter margem orçamental para lidar com os efeitos da crise provocada pelo novo coronavírus.

António Costa reagiu com contestação: "Esse é um discurso é repugnante no quadro da União Europeia. A expressão é mesmo esta: repugnante. Ninguém está disponível para voltar a ouvir ministros das finanças como aqueles que já ouvimos em 2008, 2009, 2010 e anos consecutivos", condenou, sublinhando que a pandemia "é um problema conjunto".

"Não foi a Espanha que criou o vírus, o vírus atingiu-nos a todos por igual", reforçou. "É uma absoluta inconsciência a resposta. É uma absoluta mesquinhez que mina completamente a base da União Europeia."

Esta já não é a primeira vez que os governantes holandeses atacam os países do sul da Europa. Costa relembrou a célebre acusação de Jeroen Dijsselbloem, que insinuou que países como Portugal e Espanha gastavam dinheiro "em copos e mulheres".

"Era insuportável trabalhar com o senhor Dijsselbloem, mas pelos vistos há países que insistem em ir mudando de nomes, mas mantendo pessoas com o mesmo perfil", atacou o primeiro-ministro.

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