O sindicato que representa os guardas prisionais não acredita que seja possível implementar a obrigatoriedade do uso de máscaras nas prisões de um dia para o outro.
O Sindicato Nacional da Guarda Prisional não acredita que seja possível, de um dia para o outro, todos os guardas prisionais começarem a usar máscaras de proteção individual, tal como a ministra da Justiça anunciou este domingo, em entrevista à SIC. De acordo com a ministra Francisca Van Dunem,a medida entra em vigor esta segunda-feira.
"Vamos ver se vai ser assim. Não acredito e nenhum de nós acredita que, de um dia para o outro, existam máscaras nos estabelecimentos prisionais para usarmos durante o dia todo,com as rendições de turnos que temos, três vezes ao dia", adianta à TSF o presidente do sindicato que representa os guardas, Jorge Alves.
Tanto para o sindicato como para a associação e apoio ao recluso, a medida "peca por tardia", já que os dois organismos tinham pedido anteriormente a obrigatoriedade do uso de máscaras.
Noutro plano, a ministra da Justiça remeteu para a próxima semana a tomada de posição sobre a libertação de reclusos mais vulneráveis, bem como a realização de testes aos guardas prisionais, uma medida que o sindicato considera "arriscada" por temer que crie "uma falsa sensação de liberdade, que pode causar alguma indignação da parte de alguns reclusos que não beneficiarão dessas condições".
Sobre o mesmo assunto, Vítor Ilharco, da associação de apoio ao recluso, acredita que esta é uma medida fundamental: "Sairiam da cadeia entre três e quatro mil reclusos, o que proporcionaria à Direção-Geral dos Serviços Prisionais uma melhor gestão das cadeias, recursos humanos melhorados, a alimentação podia ser melhorada, os cuidados médicos podiam ser melhorados."