Em Itália, já se adaptam, com sucesso, máscaras de mergulho para usar nos hospitais. Em Portugal, há um movimento de mergulhadores que quer emprestar garrafas de oxigénio ao Serviço Nacional de Saúde.
A Federação Portuguesa de Atividades Subaquáticas (FPAS) conseguiu reunir junto de mergulhadores e empresas do setor pelo menos cinco mil garrafas de alta pressão, usadas na prática de mergulho recreativo e técnico, que podem ser utilizadas para armazenar misturas de ar enriquecido ou mesmo 100% oxigénio, ajudando doentes com Covid-19.
À semelhança do que já acontece em Itália onde se começaram a adaptar máscaras de mergulho para ventilar doentes, o setor do mergulho português também está convencido de que pode ajudar.
O vice-presidente da federação, Manuel Pavese, explica que tem bastado ligar às empresas e sócios e facilmente todos dizem que emprestam o que for preciso.
A ideia, já apresentada ao Ministério da Saúde, é usar as garrafas que são muito mais móveis que os sistemas tradicionais que fazem chegar o oxigénio aos doentes. Por exemplo, em situações de ventilação respiratória de pré-emergência, não invasiva, numa resposta que pode ser viável sobretudo nos hospitais de campanha que estão a ser instalados em várias regiões do país.
O responsável da Federação Portuguesa de Atividades Subaquáticas explica que aguarda agora a resposta do Governo, sublinhando que de Itália chegam várias notícias que mostram como este setor está a participar no combate aos efeitos da pandemia.
Manuel Pavese exemplifica com uma fábrica italiana de máscaras de mergulho que, entretanto, reabriu com uma autorização especial do Governo para fazer máscaras adaptadas à oxigenação de doentes e de proteção para evitar o contágio do novo coronavírus.
A hipótese italiana é, contudo, difícil de replicar em Portugal, pois não existe nenhuma fábrica portuguesa que faça máscaras de mergulho, apesar de a federação estar a estudar a possibilidade de adaptar as máscaras que já existem no país para ajudar os doentes com Covid-19.