Comorbilidades são geralmente três, mas há várias identificadas.
Numa semana tudo muda. A Direção-Geral da Saúde traçou, esta sexta-feira, o perfil geral de quem morre em Portugal vítima de Covid-19.
Num perfil traçado pela diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, é possível perceber que os idosos com mais de 80 anos e três doenças preexistentes - as chamadas comorbilidades - são a fatia mais frágil da população. Vamos por partes:
Uma semana fatal
Os dados revelados esta sexta-feira mostram que o tempo médio entre o aparecimento dos primeiros sintomas e o óbito é de "oito dias".
"Estas são pessoas que agravaram a sua situação, estavam em hospital, foram para os Cuidados Intensivos e, eventualmente, terão sido ventiladas", especificou Graça Freitas.
As idades
As medianas de idade aquando do óbito são diferentes para homens e mulheres. Graça Freitas explica que nas mulheres é de "85 anos" e nos homens é de "80 anos".
"Isto está de acordo com a literatura", garante.
Comorbilidades: as doenças associadas
"Sabemos que a maior parte destas pessoas tem, além do fator idade, várias doenças." A introdução de Graça Freitas servia de ponte para os dados que se seguiam.
"Habitualmente têm mais do que uma doença, a maior parte tem três doenças. Outras têm uma, outras duas e algumas não sabemos se tinham ou não doenças", explicou a diretora-geral da Saúde.
Sendo assim, quais são as que mais surgem nos relatórios? "As mais frequentes são as doenças do aparelho cardiocirculatório, respiratórias, diabetes, doença renal crónica, neoplasias e doenças cerebrovasculares."
Traçado o perfil, Graça Freitas optou por deixar uma mensagem de esperança: "Muitos idosos com mais de 80 anos e mais de três doenças recuperaram e tiveram alta. A taxa de letalidade nos idosos não é, nem de perto nem de longe, de 100%. Está abaixo dos 10%. Não é nenhuma fatalidade ter doenças e ser idoso."
Estão confirmadas 246 mortes devido à Covid-19 em Portugal, mais 37 nas últimas 24 horas.
Há ainda 852 novos casos de contágio, elevando para 9886 o número de pessoas infetadas pela doença, segundo o último boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde.