Fundo Monetário Internacional prevê recessão global provocada pela crise a que chama o "Great Lockdown". Mundo perde 3%, Estados Unidos recuam 5,9%.
"É muito provável que a economia global tenha neste ano a pior recessão desde a Grande Depressão, ultrapassando a da crise financeira de há dez anos." O aviso do Fundo Monetário Internacional (FMI) não podia ser mais claro: vêm aí dias difíceis.
O alerta é estampado em números: em Portugal a recessão vai ser de 8%, o mesmo valor previsto para Espanha. Itália vai cair 9,1%. A economia da Alemanha vai emagrecer 7%, enquanto a francesa vai encolher 8,2%. Na Grécia, a queda chega aos dois dígitos: vai atingir 10%.
Do outro lado do Atlântico o cenário não é muito melhor: a economia dos Estados Unidos vai recuar 5,9%. A China escapa à recessão: vai ver o PIB subir 1,2%. Apesar do crescimento, não escapa ao impacto da coronacrise: nas projeções anteriores, Pequim crescia 9,2%.
Resultado: o PIB mundial vai cair 3%.
A Instituição liderada por Kristalina Georgieva (que até batizou a coronacrise: chama-lhe "The Great Lockdown" - em tradução livre, "O Grande Confinamento") avisa também que a recuperação em 2021 será apenas parcial, com os Produtos Internos Brutos (PIB) a manterem-se em 2021 em níveis pré-Covid e ainda muita incerteza.
O FMI alerta também que os países com economias avançadas, sistemas de saúde robustos e moeda própria estão melhor preparados para lidar com a crise. No outro extremo estão economias emergentes que vão precisar de ajuda de instituições financeiras internacionais.