Economia

CGTP denuncia abuso de direitos no lay-off. UGT critica ação da banca no crédito

A secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha Lusa

Carlos Silva acredita que a banca não tem facilitado nos créditos destinados às empresas em dificuldade. Isabel Camarinha salienta que há abusos dos direitos dos trabalhadores durante a pandemia e em situação de lay-off.

A UGT aponta falhas à ação dos bancos na crise desencadeada pela pandemia de Covid-19. Carlos Silva secretário-geral da UGT, considera que é incompreensível que a banca não facilite o acesso ao crédito às empresas em dificuldades.

No Fórum TSF, Carlos Silva comentou que estas são as empresas que mais precisam dos apoios e que não faz sentido justificar com um risco inerente. "Todas as empresas em Portugal, pequenas e grandes, que têm capital financeiro, que têm sustentabilidade e até têm estado a recrutar no mercado - casos excecionais de alguns setores -, têm viabilidade, e não é para elas que é necessário o capital financeiro ou garantias do Estado."

"O problema coloca-se na avaliação de risco de crédito que a banca está a fazer. Estas coisas demoram imenso tempo, e deveriam ser concluídas em três, quatro, cinco dias, uma semana, no máximo. As empresas querem pagar os salários de abril. Como vai ser o futuro?"

A reflexão de Carlos Silva vem acompanhada de denúncias, em nome da UGT, de abusos contra os direitos dos trabalhadores. O líder da UGT reconhece que há muitas empresas em sérias dificuldades, mas mostra-se satisfeito com a ação da Autoridade para as Condições de Trabalho.

Isabel Camarinha, da CGTP, reforça: há violações de direitos laborais em todos os setores e também nas situações de lay-off. "Entraram em lay-off, aproveitando a permissão que a legislação lhes dá e estão agora a receber da Segurança Social 70% dos dois terços de salário que os trabalhadores recebem. Isto é completamente inadmissível", relata a sindicalista.

A representante da CGTP fez saber que há um "leque" de ocorrências, e exemplificou: "Há situações também em que há uns trabalhadores em lay-off e os outros que não estão em lay-off estão a fazer horas extraordinárias. Noutros casos, os trabalhadores que estão em lay-off estão a ser obrigados a gozar férias."

"A muitas pessoas já foi dito que, depois do lay-off e mal seja permitido, seguir-se-á o despedimento", denuncia.

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