Sociedade

SNS pode levar "dois a três meses" a recuperar da pandemia, mas só com plano bem definido

"Plano obriga a mudanças, como testar os profissionais de saúde, como o Hospital de São João já está a fazer" Pedro Correia/Global Imagens

Miguel Guimarães explicou que a retoma da normalidade será um processo difícil, mas não é impossível. O bastonário da Ordem dos Médicos recomenda a elaboração de um plano muito concreto que inclua a testagem dos profissionais de saúde.

Serão necessários dois ou três meses para que o Serviço Nacional de Saúde se restabeleça do embate que provoca o enfoque específico na Covid-19. A criação deste circuito dedicado ao novo coronavírus espoletou um atraso noutros tratamentos e cirurgias, pelo que o bastonário da Ordem dos Médicos não tem dúvidas em afirmar que será preciso um plano concreto e medidas de proteção para os profissionais das unidades de saúde.

No Fórum TSF, Miguel Guimarães explicou que a retoma da normalidade será um processo difícil, mas não deixa de ser possível. "O plano de recuperação é complicado, demora tempo, não se resolve num estalar de dedos", admitiu o representante do coletivo de médicos.

Por isso, o bastonário da Ordem dos Médicos aponta para um processo de "dois a três meses, bem orientados", e avisa: "Este plano obriga a algumas mudanças, por exemplo, a testar os profissionais de saúde, como o Hospital de São João já está a fazer - para que quem esteja infetado vá para casa e pare de trabalhar e para reforçar a confiança destes profissionais e dos portugueses em geral."

O bastonário lembra que "os locais onde as infeções mais passam neste momento são hospitais e lares", pelo que as unidades de saúde devem receber uma atenção especial em termos de medidas preventivas.

Também Alexandre Lourenço, presidente da Associação de Administradores Hospitalares, avisa que a prioridade dada à pandemia gerou consequências graves no sistema de saúde. "Todos compreendem que paralisar o sistema de saúde durante um mês e meio, ou mais, terá consequências para a saúde das pessoas, como no diagnóstico - cujas vantagens são mais visíveis quanto mais cedo for feito - e nos tratamentos. Isso vai ter efeito sob a saúde das populações."

O alerta, no mesmo sentido, é deixado por Alexandre Lourenço: "É urgente reativar esta atividade. E para diminuir o grau de incerteza, é necessário planear."

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