Desporto

"Continuo a receber mensagens e a ser abordado de forma agressiva"

Daniel Podence António Cotrim/Lusa

O jogador garante à TSF que, mais do que o momento do ataque à Academia de Alcochete, o incidente continua a perturbar a sua vida.

Quase dois anos após o ataque à academia de Alcochete, Daniel Podence garante que ainda recebe mensagens de adeptos de futebol com ameaças e discurso agressivo. O jogador, agora no Wolverhampton, considera que o aconteceu aos jogadores após o ataque foi ainda pior que o momento da invasão.

"Mesmo depois do ataque, no ano seguinte ou mesmo nos dias de hoje, continuo a receber imensas mensagens. Perguntam de forma agressiva "por que é que sais-te". Isso magoa-me tanto ou mais do que o ataque", revela o avançado em entrevista à TSF.

"Foi um dos piores momentos, senão mesmo o pior momento da minha vida", relata o jogador que testemunhou em dezembro de 2019 no julgamento do processo do ataque à academia.

"As pessoas que dizem que foi um minoria que entrou na academia, são as mesmas que me chamam nomes, que me desejam mal. Por isso eu ter ficado muito magoado e sentido", explica o atleta de 24 anos.

Daniel Podence rescindiu contrato com o Sporting na sequência do ataque à academia, em 2018. Rumou ao Olympiakos da Grécia, clube que acabaria por chegar a acordo com o Sporting para resolver o impasse jurídico que se seguiu à saída do avançado.

Em janeiro, o Olympiakos vendeu o jogador português ao Wolverhampton por 20 milhões de euros. Em Inglaterra o atleta cumpriu sete jogos até à paragem forçada do campeonato.

Bruno Sousa Ribeiro com Tiago Santos