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Resposta imunitária e fracos efeitos secundários. Vacina de Oxford com resultados promissores

Siphiwe Sibeko/EPA

Os cientistas lembram, no entanto, que são necessários mais estudos para conhecer o novo coronavírus.

A vacina para combater a Covid-19 que está a ser desenvolvida pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca, apresentou resultados promissores na primeira fase de testes em humanos. De acordo com a revista científica The Lancet, num artigo publicado esta segunda-feira, o fármaco produz uma resposta imunitária à doença.

Os testes envolveram 1077 pessoas no Reino Unido, e mais de 90% apresentaram anticorpos que combatem o SARS-CoV-2. O organismo dos voluntários produziu anticorpos e células T até 56 dias após a injeção da vacina.

As células T são cruciais para manter a proteção contra o vírus ao longo dos anos, uma vez que funcionam como "memória" no organismo. Os cientistas alegam ainda que a resposta pode ser maior após a injeção de uma segunda dose da vacina.

O artigo científico admite que os voluntários sentiram fadiga e dor de cabeça. Ainda assim, os efeitos secundários "não são graves" e foram aliviados com paracetamol.

Andrew Pollard, que lidera o estudo na Universidade de Oxford, citado pela SkyNews, diz que "a vacina tem como objetivo produzir anticorpos e células T, para que possa atacar o vírus quando circula no organismo".

Pollard lembra ainda que o ideal é que a vacina proteja as pessoas "por um período prolongado". Ainda assim, o professor da Universidade de Oxford admite que são precisas mais investigações.

O Governo do Reino Unido anunciou esta segunda-feira a compra de 90 milhões de doses de vacinas em desenvolvimento na Alemanha e na França. Do projeto da Universidade de Oxford, o Governo já garantiu cem milhões de unidades.

Também nesta segunda-feira, o ministério russo da Defesa anunciou ter concluído com "êxito" a fase de provas clínicas de uma vacina contra a Covid-19 que foram realizadas em conjunto com o Centro Nacional de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya.

De acordo com o ministério, a vacina não provocou "complicações" ou "reações indesejadas", e todos os voluntários desenvolveram uma resposta imunitária com a vacina.

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Francisco Nascimento