Sociedade

Deixa de haver serviço noturno de urgência para oftalmologia de Coimbra até ao Sul

Essa decisão "deixa a descoberto uma parte importante dos cuidados de saúde", diz a Ordem Artur Machado/Global Imagens

Entre as 20h00 e as 08h00 deixa de haver serviço noturno de urgência para oftalmologia de Coimbra até ao Algarve. a Ordem dos Médicos condena a decisão da ARS, porque "deixa a descoberto uma parte importante dos cuidados".

De Coimbra até ao Algarve deixa de existir qualquer tipo de serviço de urgência noturno de oftalmologia. A decisão foi tomada pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e está a causar indignação na Ordem dos Médicos.

Miguel Guimarães, bastonário da Ordem, garante que esta é "uma situação que a Ordem não aceita e que contraria claramente aquilo que são as boas práticas em oftalmologia".

Na perspetiva do representante do coletivo de médicos, "não é preciso existir uma urgência noturna em todos os hospitais, mas, à semelhança do que acontece no Norte do país - existe uma urgência durante a noite para a qual contribuem vários hospitais, nomeadamente o Hospital de São João e o Hospital de Santo António -, dever-se-ia implementar o modelo [de urgência única] em Lisboa".

Mas "não é isso que a ARS está a fazer", relata Miguel Guimarães, e essa decisão "deixa a descoberto uma parte importante dos cuidados de saúde, porque infelizmente sabemos que as situações graves, em qualquer área, não acontecem sempre durante o dia".

Toda a região de Lisboa fica sem urgência noturna de oftalmologia no período compreendido entre as 20h00 e às 08h00. O serviço funcionava até ao momento no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) e/ou no Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (CHULC).

De acordo com a informação enviada pela ARSLVT aos hospitais, "durante o período das 20h00 às 8h00 não haverá atendimento de doentes externos, sendo que estes doentes serão observados no dia seguinte nos hospitais da sua área ou, caso isso não seja possível, serão enviados durante o período diurno para o CHULN e para o CHULC, consoante as suas respetivas áreas de referenciação".

Miguel Guimarães considera inaceitável que, "se situações acontecem durante a noite, fiquem para resolver no dia seguinte".

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