Presidente francês diz que é necessária uma "travagem brutal nos contágios".
Emmanuel Macron dirigiu-se aos franceses, esta quarta-feira, a partir do Palácio do Eliseu para anunciar o novo confinamento obrigatório que vai ser aplicado em todo o território nacional, a partir da próxima sexta-feira, até dia 1 de Dezembro.
Macron fez um ponto da situação da epidemia em França, considerando que "os esforços realizados foram úteis, mas a lucidez exige que se reconheça que hoje esses esforços não são suficientes".
O vírus circula em França "a uma velocidade que mesmo as previsões mais pessimistas não previam", pelo que ontem "morreram 527 compatriotas. Ontem contámos cerca de três mil pessoas em reanimação, o que representa mais da metade da nossa capacidade nos serviços de reanimação".
A estratégia durante o verão foi de "viver com o vírus e tentar controlar a sua circulação". O Presidente francês considera que "como todos os países vizinhos", a aceleração repentina da epidemia ganhou um maior impacto com a aproximação do inverno.
A segunda vaga da pandemia "será indiscutivelmente mais dura e mortal do que a primeira". Preveem-se nove mil pessoas a dar entrada nos serviços de reanimação durante a primeira quinzena do mês de Novembro, pelo que "os nossos hospitais vão ficar saturados".
O chefe de Estado francês exprimiu a necessidade de proteger "todos os franceses", apesar de "controvérsias", continuado a proteger a economia, por não acreditar "no confronto entre saúde e economia".
Face a esta segunda vaga, "nunca permitiremos que centenas de milhares de nossos cidadãos morram", afirmou Emmanuel Macron.
O chefe de Estado francês decretou um novo confinamento a partir de sexta-feira, 30 de Novembro, em todo o território nacional.
Como durante o primeiro confinamento, as saídas são autorizadas para ir trabalhar, ir a uma consulta médica, dar assistência a outrem, fazer compras ou "dar um passeio num perímetro reduzido".
Bares e restaurantes fecham portas enquanto as creches, escolas e colégios continuam abertos com medidas sanitárias reforçadas. Universidades e estabelecimentos de ensino superior garantem aulas online e, sempre que possível, o teletrabalho será priorizado.
As fronteiras no espaço europeu permanecem abertas e, salvo exceções, fronteiras externas vão fechar.
Esta quinta-feira, os deputados franceses votam a aprovação destas medidas, que serão depois apresentadas pelo executivo de Emmanuel Macron aos franceses. Este novo confinamento "será bem sucedido se todos desempenharmos o nosso papel ", alertou o Presidente francês.