Sociedade

Muitos portugueses deixaram a máscara de parte no Natal e Ano Novo

"Esta variação é preocupante" Pedro Correia/Global Imagens

O número de pessoas que usam máscara na rua e na presença de grupos de até dez pessoas diminuiu de 86,7% para 76,3%, nas últimas duas quinzenas.

O número de pessoas que utilizam sempre máscara na rua e na presença de pessoas fora do agregado familiar diminuiu quase 10% (de 86,7% para 76,3%) entre 26 de dezembro e 8 de janeiro, de acordo com o Barómetro Covid-19: Opinião Social.

O barómetro também permite concluir que, entre 28 de novembro e 8 de janeiro, 60% da população que esteve entre dez ou mais pessoas abdicou, nem que seja por instantes, da proteção no rosto. Trata-se um aumento de 33,6%, que os especialistas acreditam que se pode vir a inverter.

"Esta variação é preocupante, pela importância que esta medida de proteção representa no combate à propagação do vírus, mas estamos confiantes de que se trata de um fenómeno isolado e que a análise às respostas das próximas semanas irá inverter a tendência", escreve em comunicado a Escola Nacional de Saúde Pública.

Carla Nunes, da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa, explicou esta terça-feira que, entre os grupos que mais negam o risco de contrair a doença, estão os homens (28,6%), os jovens (44%) e as pessoas com menor escolaridade.

O uso de máscara é um dos indicadores "mais preocupantes". O "Sempre" perdeu espaço nas últimas duas semanas, e são mais homens, jovens e com menor escolaridade os grupos que mais facilitam neste cuidado.

Pessoas a dizer não ao uso da máscara quando estão num grupo de dez ou mais pessoas passaram de 25% para 60%, com destaque nos grupos até aos 25 anos.

O nível na confiança de resposta pelo SNS tinha piorado entre outubro e novembro. A resposta a outras doenças também merece uma diminuição da confiança neste momento.

O "pouco ou nada adequadas" para caracterizar as medidas adotadas pelo Governo mereceu menos votos na última quinzena, mas continua a situar-se perto dos 40%.

O "muito confiante" e "confiante" estão a ganhar terreno, na descrição da segurança que a vacina inspira, havendo, no entanto, ainda 15,9% de cidadãos nada confiantes.

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