A distrital social-democrata da Guarda e de Viana do Castelo consideram que, "por precaução", as eleições devem ser atrasadas por seis meses, enquanto a pandemia não permite uma campanha que os "candidatos merecem".
Duas distritais do PSD, Guarda e Viana do Castelo, pedem que seja feita uma avaliação, no sentido de adiar as eleições autárquicas, previstas para setembro ou outubro de 2021. A campanha eleitoral, no entanto, começa muito antes, e, perante a possibilidade de atraso na campanha de vacinação, as duas distritais defendem que seria melhor adiar as eleições por seis meses.
Olegário Gonçalves, presidente da distrital do PSD de Viana do Castelo, salienta, em declarações à TSF, que estas são eleições onde é privilegiado o contacto de proximidade com os eleitores. O social-democrata lembra que as eleições autárquicas englobam "centenas de candidatos às eleições, e normalmente o contacto porta a porta e ajuntamento de massas.
Para que os candidatos tenham "a campanha que merecem", seria "de bom-tom" estabelecer o adiamento das eleições", de forma a evitar a falta de comparência às urnas, defende Olegário Gonçalves. A data apresentada pelo presidente da distrital do Partido Social-Democrata para um possível sufrágio é março de 2022.
A vacinação em Portugal "irá atrasar muito, e, na altura das eleições autárquicas, parte da população não irá estar vacinada", argumenta Olegário Gonçalves.
Olegário Gonçalves adianta que esta é uma posição da distrital do PSD de Viana do Castelo, da qual o líder do partido já tem conhecimento. "Ainda não foi oportuno. Já estive com o doutor Rio, manifestei a minha posição, que iria tomar essa posição, e penso que ele irá também tomar a sua. É uma posição da distrital de Viana do Castelo, nossa, mas penso que, no decorrer do tempo, o partido irá também tomar uma posição acerca disso."
Esta manhã a distrital do PSD da Guarda fez um pedido semelhante, e defendeu que seria prudente avaliar o adiamento em "pelo menos seis meses" das autárquicas, devido à pandemia causada pela Covid-19. Carlos Condesso alega que o processo das eleições autárquicas "não se resume só ao dia das eleições, começando os contactos pessoais e a auscultação nos mais diversos partidos com muita antecedência".
No final de janeiro, Pedro Santana Lopes entrevistado pelo Diário de Notícias, propôs o adiamento das eleições autárquicas por seis meses.
Olegário Gonçalves garante que se tratou de uma coincidência sublinhando que era "já um pensamento que tinha". O presidente da distrital do PSD de Viana do Castelo recorda que era favorável ao adiamento das eleições presidenciais, também por "precaução".
"Na qualidade de presidente da Distrital do PSD da Guarda e de simples cidadão deste país, entendo que seria prudente avaliar atempadamente se há condições de se realizarem eleições autárquicas este ano", disse Carlos Condesso, presidente da distrital do PSD da Guarda, à agência Lusa. "O adiamento de pelo menos seis meses faz sentido, devido à situação pandémica que o nosso país está a atravessar e porque não está garantido que em setembro ou outubro a população já esteja toda vacinada e a imunidade de grupo já esteja garantida", sustentou o social-democrata.
O líder do PSD no distrito da Guarda lembra que no processo das autárquicas "estão envolvidos largos milhares de cidadãos nos 308 concelhos, praticando, como habitual, uma campanha de proximidade e de contacto 'porta a porta' e isso pode-se tornar num enorme barril de pólvora, desencadeando surtos por todo o país".
"Quem de direito tem de fazer já a avaliação desta situação, para depois não se andar a correr atrás do prejuízo. O país já foi fustigado demais e já se perderam muitas vidas por causa desta pandemia e não será por se adiarem as eleições por seis meses que algum concelho deste país fique prejudicado ou que a democracia não se cumpra de igual forma", defendeu.
No entender de Carlos Condesso, "tem de se agir com antecedência para não voltar a acontecer o que aconteceu no Natal".
"A salvaguarda dos cidadãos e as vidas humanas tem de ser sempre a prioridade. Temos o dever de proteger o nosso país e o direito de exercer o voto e fazer as nossas escolhas em conformidade com todo um processo eleitoral com a máxima segurança, legitimidade e normalidade", rematou o dirigente.