"A rua de Santa Catarina está uma lástima" depois de um ano de pandemia, considera um dos comerciantes ouvidos pela TSF. Em reportagem por um dos maiores centros de comércio local no Porto, a TSF ouviu quase sempre: só a chegada de clientes pode melhorar a situação económica das lojas.
Esta segunda-feira abrem os espaços comerciais até 200 metros quadrados e com porta para rua, mas, na rua de Santa Catarina, no Porto, há muitas lojas que continuam fechadas. Depois de mais de dois meses sem receber clientes, a manhã de hoje foi pautada em alguns estabelecimentos pelos últimos preparativos antes da reabertura.
Goreti Pereira já tem tudo pronto para receber os primeiros clientes. No entanto, a vendedora de roupa de bailado não espera grande afluência, uma vez que "as escolas de ballet não puderam abrir". Algo que complica o negócio e que a lojista considera "lamentável".
Também Francisco Sousa, que trabalha há cerca de 35 anos numa loja de malas na rua de Santa Catarina, não tem grande otimismo quanto à chegada de clientes. O gerente do estabelecimento diz que o fluxo de pessoas ainda não é o suficiente, porque "ainda há muita gente com medo de apanhar o vírus".
Só a chegada de clientes pode melhorar a situação económica das lojas. Sem rendimentos nos últimos meses, Francisco Sousa acudiu-se no "lay-off e em alguns apoios do Estado", ainda que o Natal "tenha sido razoável" e tenha ajudado a manutenção do estabelecimento.
Já Sávio Santos, que tem uma loja de colchões, virou-se para o online. A empresa tem vindo a reestruturar-se, "lançando novidades" para que pudesse abrir agora "com uma nova esperança", explica. O lojista espera que o turismo e o mercado imobiliário abram novas portas para a venda de colchões.
O desejo generalizado é que não seja necessário voltar a fechar. Goreti Pereira considera que "a rua de Santa Catarina está uma lástima" depois de um ano de pandemia, havendo lojas que, na ótica da lojista, "parece que não vão abrir".