Tiago Correia, especialista em Saúde Pública, no Instituto de Medicina e Higiene Tropical, fala de uma medida "excessiva" e assente no medo, mas admite que o verão trará uma série de percalços deste tipo, enquanto ainda não se tiver atingido a imunidade de grupo.
Tiago Correia, especialista em Saúde Pública, no Instituto de Medicina e Higiene Tropical, defende que a reação britânica ao número de casos em Portugal de mutações à variante detetada na Índia é uma medida excessiva e uma decisão politica assente no medo.
Na quinta-feira, a TSF confirmou que Portugal tem mesmo 12 casos da mutação à variante inicialmente encontrada na Índia, que o Governo de Londres invocou para retirar o país da lista de países seguros para viajar. Tiago Correia acredita que estas decisões se prolongarão por todo o verão, até que se alcance a imunidade de grupo.
"Mais do que haver aqui um risco do ponto de vista da evidência científica, o que está em causa é a falta de respostas", explica o investigador, que considera que é o desconhecimento que "leva a um conjunto de medidas que têm um cariz preventivo".
Na perspetiva de Tiago Correia, esta "é uma decisão sem fundamentação científica, é uma decisão que é excessiva, que é penalizadora", mas também "é uma decisão política assente nos medos e na prudência". Até haver mais informações acerca da efetividade das vacinas, "é inevitável que haja esta reação por parte dos países".
"Parece-me muito claro que vamos andar neste tipo de decisões ao longo do verão, até a população ir sendo vacinada", sintetiza o especialista.