Apesar do cancelamento de alguns festejos de ano novo, os hotéis no Algarve esperam continuar a recuperação e atingir mesmo uma taxa de ocupação semelhante à de 2019, no período pré-pandemia.
A hotelaria algarvia está "otimista" quanto às perspetivas de ocupação para o Natal e passagem de ano, que pode superar os níveis de 2019, antes da pandemia de Covid-19, disse o presidente da principal associação hoteleira regional.
O presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve, Elidérico Viegas, está otimista, até porque continuam a chegar pedidos de reserva, segundo revela à TSF. "No que diz respeito aos hotéis e aos empreendimentos turísticos, a verdade é que estes organizam, todos eles, de uma maneira geral, Réveillons próprios e programas de animação específicos. As nossas previsões são que os portugueses escolham o destino natural nesta altura, que é o Algarve."
Elidérico Viegas espera taxas de ocupação "na linha daquilo que tem acontecido ao longo dos últimos três, quatro meses, sobretudo nos meses do verão, que tenhamos procura na linha da de 2019".
Confiante, Elidérico Viegas sublinha no entanto, que a recuperação do turismo no Algarve não é uma salvação para o setor. "Nós tínhamos vindo em crescendo, com um aumento de procura que se verifica desde os meses de verão - de julho, agosto e setembro - , e, portanto, temos fundadas expectativas de que isso também se verifique no fim de ano."
Segundo o presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas, se o Natal é tradicionalmente "uma festa de família", sem grande impacto no turismo da região, já "as perspetivas para o fim de ano são positivas", influenciadas pela procura do mercado português.
"O Natal não é uma altura de grande procura, é uma festa de família, as pessoas normalmente ficam em casa. É verdade que nos últimos anos tínhamos assistido a uma tendência crescente de as pessoas fazerem a ceia de Natal em hotéis, mas esse número ainda era muito residual", disse, em declarações à Lusa.
Já no fim de ano, segundo o presidente da AHETA, as expectativas apontam para que "os portugueses viajem menos para o exterior e escolham sobretudo o Algarve, que é o destino por excelência do mercado nacional" durante a quadra festiva.
"É um período que se caracteriza sobretudo por uma procura por parte dos nacionais. Isso vai-se verificar e nós pensamos que até pode haver um aumento da procura por parte dos portugueses, mesmo relativamente a 2019, tal como aconteceu já nos meses de verão", estimou, situando esse aumento na "ordem dos 20 a 25%".
Elidérico Viegas considerou que, embora esta seja uma altura do ano em que o mercado externo procura menos o Algarve, as restrições impostas às viagens por causa da variante Ómicron, uma nova forma do novo coronavírus, têm um efeito "desmotivador", sobretudo, devido à "exigência de testes negativos" nos aeroportos de origem e à chegada à Portugal.
"Esperamos que estas restrições [nas viagens] possam ajudar a esbater o problema [da expansão da Covid-19] rapidamente, para que isso não comprometa a próxima época turística, que é aquela em que temos uma expectativa de recuperação", afirmou, garantindo que o cenário de cancelamentos de reservas "não se verifica".
Também o presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), João Fernandes, disse à Lusa que as perspetivas são "bastante otimistas" para o período de Natal e 'réveillon', havendo um "nível de reservas interessante", principalmente de visitantes portugueses e de Espanha.
João Fernandes, afirmou que as "perspetivas, até agora, e a julgar pelo 'feedback' das reservas para o período do Natal e Ano Novo, são até bastante "otimistas", centrando-se, sobretudo, "no mercado nacional e no mercado espanhol".
Em ambos os países, acrescentou, existe já uma "vacinação avançada", pelo que os turistas têm "condições de segurança" para poderem deslocar-se à região.
"Estamos de facto a ter um nível de reservas interessante para esse período entre o Natal e o 'réveillon'", afirmou, reconhecendo que existe "apreensão" relativamente à "evolução da pandemia e eventuais regras mais restritivas", mas isso não impede que os dados apontem para uma "procura interessante".
João Fernandes disse haver sempre "procura de outros mercados" nesta quadra, apesar de coincidir com a época baixa do turismo, mas admitiu que esta poderá ser "mais reduzida" por força do aumento de casos de Covid-19 na Europa central e do Norte.
Aquele responsável destacou que, mesmo assim, ainda "não há enceramentos de atividades, nem restrições de horário e lotação" e isso, a manter-se, pode contribuir para a afluência de visitantes à região no Natal e no Ano Novo, concluiu.