A fotografia de um automóvel enterrado sob uma alta camada de pedras, lama e troncos perto da Ribeira Brava, na ilha da Madeira, domina, esta terça-feira, a primeira página de um jornal de Pequim, com o título "Chuvas Destrutivas".
O temporal «causou pelo menos 42 mortos» e o «ministro português da Administração Interna, Rui Pereira, disse que Lisboa poderá pedir ajuda à União Europeia para lidar com o desastre», afirma o Global Times.
O desastre que atingiu a Madeira no sábado passado é notícia noutros jornais da China, um país onde as cheias, desabamentos de terra, sismos e outras catástrofes naturais matam anualmente milhares de pessoas.
A fotografia realçada pelo Global Times aparece também no Jornal da Juventude de Pequim, um dos mais populares da capital chinesa, sob o título «Famosa estância de férias de Portugal tornou-se cidade morta».
No China Daily, a tragédia é evocada através de uma fotografia de Cristiano Ronaldo exibindo uma t-shirt branca com a palavra "Madeira" depois de marcar o primeiro golo do Real Madrid ao Villareal, no domingo passado.
Desde segunda feira, o primeiro dia de trabalho após a semana de ferias do novo ano lunar, a televisão chinesa tem apresentado igualmente imagens do que aconteceu na ilha da Madeira.
Na Embaixada de Portugal em Pequim, a bandeira portuguesa foi colocada a meia haste, assinalando os três dias de luto nacional decretados pelo governo português.
Em 2008, o ano do sismo de Sichuan, as catástrofes naturais na China mataram quase 236.000 pessoas e em 2007 cerca de 17.000.