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Biden encontra-se com Zelensky em Kiev e promete enviar mais armas para a Ucrânia

Presidência ucraniana/AFP

Numa visita surpresa à Ucrânia, o Presidente dos Estados Unidos prometeu enviar apoio financeiro e mais armamento.

O presidente norte-americano, Joe Biden, esteve esta segunda-feira em Kiev, na Ucrânia, pela primeira vez desde o início da guerra e a quatro dias da data que marca um ano de invasão.

A deslocação não foi anunciada, mas a imprensa internacional já avançava rumores. Na agenda oficial estava apenas prevista uma visita à Polónia.

No Facebook, o Presidente da Ucrânia partilhou uma fotografia do encontro com o homólogo norte-americano. "Bem-vindo a Kiev! A sua visita é um sinal extremamente importante de apoio a todos os ucranianos", escreveu Volodymyr Zelensky.

No Twitter, o presidente dos Estados Unidos reiterou o seu "compromisso inabalável com a democracia, a soberania e a integridade territorial da Ucrânia".

"Quando Putin lançou a sua invasão há quase um ano, pensou que a Ucrânia estava fraca e que o Ocidente estava dividido. Pensou que poderia sobreviver-nos. Mas estava absolutamente errado", escreveu Biden. "Ao longo do ano passado, os Estados Unidos construíram uma coligação de nações do Atlântico ao Pacífico para ajudar a defender a Ucrânia com apoio militar, económico e humanitário sem precedentes - e esse apoio perdurará", assegurou.

Em comunicado, a Casa Branca anunciou novas sanções contra a Rússia e a "entrega de equipamento crítico" à Ucrânia, "incluindo munição de artilharia, sistemas antiblindados e radares de vigilância aérea para ajudar a proteger o povo ucraniano de bombardeios aéreos."

Os Estados Unidos vão ainda enviar uma ajuda monetária de 500 milhões de dólares, anunciou o Presidente norte-americano num discurso aos jornalistas.

"A nova entrega de armas prometidas por Biden são um sinal inequívoco de que as tentativas russas de ganhar não terão qualquer hipótese", disse Zelensky em resposta, citado pela AFP.

Zelensky foi o primeiro a discursar, em inglês, agradecendo o apoio dos norte-americanos. Quando tomou a palavra, Joe Biden começou por recordar o primeiro telefonema de Zelensky, no primeiro dia da invasão, há quase um ano. Ouvia explosões em fundo e perguntou ao homólogo "o que posso fazer por si?". A resposta foi um apelo para juntar "todos os líderes do mundo e lhes pedir que ajudassem a Ucrânia".

Os EUA podem estar divididos em muitos aspetos, mas estão unidos no apoio à Ucrânia, garante Biden, e vão continuar a fazê-lo durante o tempo que for preciso, assegurou. "Não se trata apenas de liberdade na Ucrânia, trata-se de democracia em geral (...) Um ano depois, Kiev está de pé. E a Ucrânia está de pé. A democracia permanece viva."

O Presidente dos Estados Unidos precisou que o novo pacote de ajuda militar incluirá munições de artilharia, mísseis Javelin e uma arma portátil projetada para destruir tanques e outros veículos pesados. Por outro lado, nem o Presidente nem a Casa Branca anunciam o envio de caças F-16 pedidos por Kiev.

Vários ídeos divulgados pelas televisões ucranianas mostram o chefe de Estado norte-americano nas ruas de Kiev.

Num deles é possível ouvir sirenes de alerta quando Biden visitava o Mosteiro de São Miguel acompanhado de Zelensky.

Outro mostra o presidente ucraniano a visitar um memorial de homenagem aos soldados mortos na guerra, onde deixou uma coroa de flores e cumpriu um minuto de silêncio.

Pelas 12h20 (hora de Lisboa), a Casa Branca anunciou em comunicado que Biden já tinha saído de Kiev. Passou cerca de cinco horas na capital ucraniana.

Esta é a segunda vez que os dois chefes de Estado se encontram, depois se terem reunido no dia 21 de dezembro do ano passado, quando Zelensky visitou Washington naquela que foi a sua primeira viagem ao estrangeiro desde o início da guerra no país.

Carolina Rico