Política

Marcelo nega "cunha" para tratar gémeas no Santa Maria e admite recorrer à Justiça

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa António Pedro Santos/Lusa

Segundo a mãe das bebés e médicos do hospital, o presidente terá conseguido que as irmãs recebessem aquele que é considerado "o medicamento mais caro do mundo" em Lisboa.

O Presidente da República nega qualquer interferência para que duas gémeas que vivem no Brasil tenham recebido um tratamento de quatro milhões de euros no Hospital Santa Maria, em Lisboa.

A suspeita foi levantada numa reportagem emitida pela TVI esta sexta-feira, em que a mãe das crianças admite que recorreu a uma "cunha" de Marcelo Rebelo de Sousa.

Já este sábado, Marcelo Rebelo de Sousa admite levar o caso à Justiça se for diretamente implicado no processo

"Se aparecer alguém - que até agora não apareceu - aí não tenho outro remédio (...) se não, eventualmente, ir a tribunal para comparar a minha a minha verdade com a verdade dessa pessoa."

É uma questão de "defesa da honra do Presidente da República", disse Marcelo Rebelo de Sousa em declarações aos jornalistas à margem do Encontro Nacional de Cuidadores Informais, em Setúbal.

"O Presidente da República não pode estar sujeito a uma suspeição de que interfere em decisões da cadeia administrativa, ordenando, recomendando, pedindo, metendo uma cunha para ninguém."

O Hospital de Santa Maria abriu uma auditoria para perceber como é que as duas bebés receberam, em 2019, aquele que é considerado "o medicamento mais caro do mundo", depois de terem sido diagnosticadas com atrofia muscular espinhal, apesar da oposição de vários neuropediatras do hospital.

É "clarinho, clarinho" que houve uma cunha, garantiu à TVI, António Levy Gomes, coordenador da unidade de Neuropediatria do Hospital de Santa Maria.

Rita Carvalho Pereira com Carolina Rico