O candidato a secretário-geral do PS avisa que "os militantes não são troféus de caça que se colocam à cinta".
Se Pedro Nuno Santos ganhar as eleições no Partido Socialista e, a 10 de março, as eleições legislativas antecipadas, José Luis Carneiro está disponível para integrar um Governo em que o agora adversário interno seja primeiro-ministro.
"Assim como disse que terei todo o gosto em contar com o Pedro Nuno se eu ganhar as eleições, também estarei disponível para colaborar com quem ganhar as eleições", garantiu o atual ministro da Administração Interna, que defende que essa disponibilidade significaria "respeitar a vontade dos militantes".
Sublinhando que ele e Pedro Nuno Santos são camaradas - e "camaradas que se estimam" - garante não fazer contas aos "generais" no partido; o que lhe interessa são mesmo os "soldados" que vão votar nas eleições internas.
À porta da escola secundária Tomás Cabreira, em Faro, onde o esperava cerca de uma centena de militantes, Carneiro assinalou que "são homens e mulheres livres" que estavam ali para ouvir as suas ideias e que até poderiam não votar nele: "Devem ouvir o que tenho para dizer, ponderar e decidir.
"O que não se pode aceitar é dizer 'eu tenho um determinado número de federações e, portanto, todos os militantes estão comigo', como se os militantes fossem um troféu de caça que se coloca à cinta", exclamou, numa alusão ao seu adversário. Em Faro, o presidente da federação socialista, Luis Graça, apoia Pedro Nuno Santos.
Ao lado da deputada Jamila Madeira, eleita pelo distrito de Faro e sua apoiante, o candidato à liderança socialista garantiu que "na oposição se aprende muito".
"Eu fui candidato muito jovem, perdi a primeira vez e fiquei na oposição", lembra, numa alusão à sua candidatura autárquica, "aprendi a respeitar mais a oposição".
"Aprende-se muito quando se ganha e talvez ainda mais quando se perde", assegurou.