Política

"Alheado da realidade." Oposição acusa António Costa de não reconhecer erros

António Costa Ludovic Marin/AFP

Depois de António Costa ter colocado em cima da mesa os temas da habitação, saúde e educação, numa entrevista à CNN Portugal, os partidos de oposição condenaram as palavras do primeiro-ministro: "Teria sido um bom dia para reconhecer o que correu mal. Não o fez."

Se para o primeiro-ministro é claro que o PS deixou um legado com as "finanças públicas em ordem", para a Iniciativa Liberal (IL), as declarações do primeiro-ministro esta segunda-feira em entrevista à CNN Portugal vão contra o que o se passa no país.

"Os portugueses olham e têm habitação inacessível, serviços de saúde em colapso e a educação com a deterioração de resultados como vimos agora no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA)", começou por afirmar o líder da IL, Rui Rocha em declarações aos jornalistas no Parlamento.

"Olham e veem um primeiro-ministro a falar sempre de números que não batem na realidade", acrescentou, considerando que António Costa "está completamente alheado da realidade".

Também os bloquistas e o Chega criticaram a postura de Costa que, por um lado, não aproveitou a entrevista para reconhecer os erros, mas sim para duvidar da justiça, defenderam.

"Hoje teria sido um bom dia para o primeiro-ministro reconhecer o que correu mal. Não o fez", atirou o deputado do BE Fabian Figueiredo.

"Em abstrato diz que houve um conjunto de dossiês que não correram bem. Em concreto, não concretiza nada", disse.

Já o líder do Chega, André Ventura, notou que António Costa sabia que "o Ministério Público não tinha outra opção" e, mesmo assim, optou por ensaiar "o discurso para a frente do ataque à justiça".

André Ventura sublinhou ainda que a postura do chefe do Governo já não é novidade: "Já tínhamos visto noutros momentos preocupantes da história do país."

Em entrevista à CNN Portugal, António Costa deixou claro o legado que deixou ao país e disse que "as finanças públicas estão em ordem, sem cortar salários e pensões", naquela que é "a maior derrota da direita". Além disso, Costa colocou em cima da mesa os temas quentes da saúde e na educação.

António Costa pediu a demissão a Marcelo Rebelo de Sousa a 7 de novembro, depois das buscas ao Palácio de São Bento que culminaram na Operação Influencer. Esta segunda-feira é o primeiro dia útil do Governo em gestão, depois de o Presidente da República ter dado seguimento ao decreto que cessa as funções do Executivo socialista.

Desde 2015 em funções como primeiro-ministro, e com três legislaturas pelo meio, António Costa completou apenas a primeira legislatura, de 2015 a 2019. Em 2021, o Governo caiu com o chumbo do Orçamento do Estado.