À TSF, o antigo aluno da Casa Pia, Pedro Namora, considerou que as declarações de Carlos Silvino são uma «triste encenação», que em nada contribui para a verdade.
Os advogados das vítimas e dos arguidos do processo Casa Pia consideram que a entrevista de Carlos Silvino à revista Focus pode implicar a revisão de todo o processo.
Quatro meses depois da condenação de todos os arguidos, com excepção de Gertrudes Nunes, o antigo motorista da Casa Pia vem agora assumir que mentiu e que todos os arguidos estão inocentes.
Em declarações à TSF, esta manhã, Pedro Namora, antigo aluno da instituição e testemunha no processo, resumiu a entrevista de Carlos Silvino a uma «encenação deprimente» que em nada contribui para a verdade.
«É uma encenação triste, mas de facto na nossa lei os arguidos mesmo os condenados a penas pesadas, como foi o caso de Carlos Silvino, podem mentir e dizer o que lhes apeteça em qualquer altura do processo», comentou Pedro Namora, questionando a credibilidade da entrevista.
«Qualquer dia este jornalismo, que considero jornalismo de sarjeta, ainda vai demonstrar que afinal foram as vítimas que violaram os pedófilos», criticou.
Até porque, sublinhou Pedro Namora, os arguidos e condenados podem mentir sempre que quiserem para garantirem a sua defesa.
Na TSF, Pedro Namora denunciou ainda que nos últimos dias têm aumentado as pressões e perseguições aos antigos alunos da casa pia, uma vez que agora se aproxima mais uma fase decisiva do processo, a decisão dos recursos que estão no Tribunal da Relação.
«Espero que não aconteça ao senhor Carlos Silvino o que aconteceu ao senhor Carlos Mota, faço votos para que de repente não surja um desaparecimento. Porque como sabemos, as vítimas têm estado a ser pressionadas e perseguidas, esperemos que não haja nenhum desaparecimento estranho. Estas declarações feitas nestes moldes levam-me a temer o pior», alertou Pedro Namora.
Também Catalina Pestana, ex-provedora da Casa Pia, em declarações ao jornal Correio da Manhã, considera a entrevista uma «encenação patética, com um mau encenador e um autor de texto pouco inteligente».