Saúde

Ministra da Saúde admite situações de doentes que não puderam pagar transporte

Ana Jorge dr

No dia em que a oposição tenta convencer o Governo a revogar o despacho sobre o transporte de doentes não urgentes, em declarações à TSF, a ministra da Saúde reconheceu que pode já ter acontecido um utente ter ficado sem tratamento por não poder pagar o transporte.

Desde que entraram em vigor as novas regras de transporte de doentes não urgentes, que os utentes estão a pagar do seu próprio bolso esta despesa, excepto se provarem insuficiência ou apresentarem uma prescrição do médico.

A TSF, a ministra da Saúde, Ana Jorge, reconheceu que pode já ter acontecido que um doente tenha ficado sem tratamento por não poder pagar o transporte, que o levaria ao hospital.

A ministra admitiu ainda, nesta entrevista, que as novas regras podem criar mal-entendidos, por isso, reiterou o pedido ao bom senso de quem usa o transporte não urgente e de quem o prescreve.

Trata-se de uma matéria complexa, mas Ana Jorge espera ter concluída toda a regulamentação dentro de pouco tempo.

Contactado pela TSF, Mário Jorge Santos, da Associação de Médicos de Saúde Pública, disse espera que este despacho seja revogado por considerar que vai contra os princípios do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Também Duarte Caldeira, presidente da Liga de Bombeiros, se mostra muito crítico em relação a esta medida do Governo. Por isso, espera que a oposição faça valer os seus argumentos esta quinta-feira no Parlamento.

As corporações de bombeiros queixam-se ainda, que estas novas regras provocaram uma quebra de 40 por cento no serviço.

Os distritos do Alentejo, Guarda e Viseu, são aqueles onde as distâncias a percorrer pelas ambulâncias dos bombeiros são maiores e que, consequentemente, acarretam um agravamento da factura a suportar pelo doente.