Política

Luís Montenegro: "PSD terá sempre, em Francisco Pinto Balsemão, o seu militante número um"

Tiago Petinga/Lusa

O chefe do Governo lembra uma "personalidade única, singular, a quem o país tem uma grande dívida de gratidão"

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, afirmou esta quinta-feira que o PSD terá sempre em Francisco Pinto Balsemão "o seu militante número um" e "um dos pais" do partido.

Luís Montenegro assistiu esta quinta-feira à missa de corpo presente de Francisco Pinto Balsemão, que decorreu no Mosteiros dos Jerónimos, em Lisboa, e saiu antes de a urna deixar a igreja para partir para Bruxelas.

"Agora mesmo", respondeu, quando questionado se ainda se iria juntar ao Conselho Europeu que decorre desde esta quinta-feira de manhã.

Montenegro elogiou a cerimónia fúnebre, considerando que foi "muito bonita, muito intensa, muito emotiva".

"Uma boa forma de homenagearmos, uma personalidade única, singular, a quem o país tem uma grande dívida de gratidão. Foi à altura da memória, do legado, do grande sentimento de reconhecimento de todo o povo português, pelo contributo que Francisco Pinto Balsemão deu à nossa democracia, à nossa vida em sociedade, à nossa liberdade e ao nosso futuro", disse.

O também presidente do PSD considerou que a forma como decorreram as cerimónias fúnebres foi também "um brinde ao futuro de Portugal".

"É ao olharmos para a força destas personalidades que nos inspiramos também para aquilo que temos que fazer e construir", disse.

Montenegro assegurou que "o PSD terá sempre, em Francisco Pinto Balsemão, o seu militante número um".

"Evidentemente que sentimos uma grande tristeza pela sua partida, porque também sentimos sempre o orgulho que ele tinha em ser o militante número um", afirmou.

Questionado se concorda com a antiga líder do PSD Manuela Ferreira Leite, que referiu que o partido perdeu um pai, Montenegro manifestou concordância.

um dos pais do PSD", disse.

Luís Montenegro tinha cancelado toda a agenda prevista até ao final das cerimónias fúnebres de Francisco Pinto Balsemão, que terminaram pela hora de almoço.

Na missa, discursou além do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o filho Francisco Pedro Balsemão, atual presidente executivo do grupo Impresa.

"Foi o nosso herói, acima de tudo porque viveu uma vida íntegra e digna (...) Nunca será uma mera nota de rodapé na história", disse.

Antes, o fadista Camané interpretou a canção "Abandono", com poema de David Mourão Ferreira, e que foi cantada no passado por Amália Rodrigues.

A urna saiu da igreja pelas 14h15, sob aplausos das centenas de pessoas que assistiram à cerimónia, transportada por seis cadetes dos três ramos das Forças Armadas (Exército, Marinha e Força Aérea).

Imediatamente atrás, seguiam a família e as mais altas figuras do Estado, como o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, e o antigo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva.

Pelo facto de Balsemão ter sido primeiro-ministro, as cerimónias fúnebres tiveram honras militares. Na missa, foi ainda prestada guarda de honra por militares da Força Aérea, uma vez que Balsemão foi oficial deste ramo.

Depois da missa, o cortejo seguiu com batedores da GNR até ao grupo Impresa, sendo o funeral reservado à família.

O antigo primeiro-ministro Francisco Pinto Balsemão, fundador e militante número um do PSD, do qual também foi presidente, morreu na terça-feira, aos 88 anos.

Francisco Pinto Balsemão presidia ao grupo de comunicação social Impresa, do qual fazem parte o Expresso, que fundou ainda durante a ditadura, em 1973, e a SIC, primeira televisão privada em Portugal, criada em 1992.

Em 1974, após o 25 de Abril, fundou, com Francisco Sá Carneiro e Magalhães Mota, o Partido Popular Democrático (PPD), mais tarde Partido Social Democrata Partido Social Democrata (PSD).

Após a morte de Francisco Sá Carneiro, Balsemão assumiu a presidência do PSD, entre 1980 e 1983, e chefiou o VII e o VIII governos constitucionais, da AD, entre 1981 e 1983.

Era membro do Conselho de Estado, órgão político de consulta do Presidente da República.

TSF/Lusa