Sociedade

"É menina!" Bombeiros vão à escola para assistir a partos

Bombeiros, partos Dora Pires/TSF

À velocidade a que os bombeiros vão sendo obrigados a fazer partos em ambulâncias, a TSF foi perceber que formação têm estes profissionais. E a resposta está na Escola Nacional de Bombeiros

As emergências são a profissão deles, também na área da saúde, mas o que deveria ser esporádico - assistir a partos de mulheres que não conseguem chegar a tempo a uma maternidade aberta - tem vindo a tornar-se cada vez mais frequente, sobretudo na margem Sul do Tejo. A formação dos "parteiros de ambulância" é a melhor defesa, para todos.

Em Sintra, a Escola Nacional de Bombeiros tem ações de formação específicas. A TSF foi autorizada a entrar na sala onde se vai fazer uma formação em emergência pré-hospitalar a grávidas e recém- nascidos.

Chove lá fora e na sala quente há bombeiros de todo o país, fardados, alguns de bloco de notas e caneta em punho.

Jorge Fernandes tem no currículo mais de 20 partos em ambulância, ao longo de muitos anos, entre eles uma aventura com gémeos. Hoje faz de "pai", um papel importante num cenário em que todos são poucos para ajudar um parto numa carrinha.

O "pai" fica ao lado de Tânia, bombeira de Vendas Novas que faz de "grávida" cheia de bom humor. Tânia confessa que tem semelhanças com a personagem, "tenho um filho de dez anos e tive um segundo parto, só que na maternidade, de cesariana".

Na marquesa está uma barriga de borracha com "as peças" essenciais de uma mulher grávida: barriga, vagina e feto.

Ao lado da "grávida" e da "barriga" está uma mesa onde se espalha o kit de partos. Uma longa lista de material, mas a formadora desta ação Lúcia Silva avisa que "cada ambulância deve ter dois kits de partos". Quando a ambulância é acionada para uma emergência de obstetrícia, os bombeiros nunca sabem o que os espera.

Aqui, sabemos.

O Luís e a Sónia fazem de bombeiros de serviço numa ambulância que acaba de ser acionada para transportar uma mulher grávida ao hospital.

Entre nesta aula e assista ao nascimento de uma menina numa ambulância.

Sem nervos, a TSF garante desde já que vai correr tudo bem. Nem precisamos de ir à próxima formação, na sala ao lado, de "reanimação de recém-nascidos". Porque nem sempre corre tudo bem.

Dora Pires